Economia

Australianos procuram gás em Alcobaça, Batalha, Pombal e Fátima

29 mar 2018 00:00

Ambientalistas temem que uma das técnicas usadas seja o polémico fracking.

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Jacinto Silva Duro

“Não tenho nenhuma informação privilegiada relativamente à notícia [de que há uma empresa australiana que quer encontrar gás natural em Aljubarrota em 2019].”

O presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio, comenta assim o assunto que marcou o início da semana no concelho. Segundo a edição online do Expresso, a Australis, empresa de exploração de petróleo e gás pretende fazer um furo de prospecção e exploração de gás natural em Aljubarrota.

O autarca recorda que, recentemente, houve outras prospecções na área. “Houve, num passado recente, e temos alguma experiência em relação a essa matéria, mas não tenho dados sobre o que vai acontecer num futuro próximo.”

Em Dezembro, o JORNAL DE LEIRIA já havia noticiado que, em 2015, nos últimos dias do Governo de Passos Coelho, o Estado e a Australis haviam assinado a pesquisa e produção de petróleo, em 11 concelhos entre a Figueira da Foz e o Santuário de Fátima, sendo que, um dos métodos usados poderá ser o fracking, técnica envolta em polémica sobre riscos de saúde e envenenamento da água.

Na ocasião, os ambientalistas e autarcas contactados pelo jornal afirmaram que não houve debate, nem informação sobre o que está em causa com estas explorações. Três meses depois, a situação mantém-se. “Não temos nenhuma informação relativamente a isso. Sabemos que há empresas que querem falar connosco, mas o que sabemos é o que vem na comunicação social”, diz Paulo Inácio.

A autorização para que a Australis opere foi dada pela Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis que, com a Agência Portuguesa do Ambiente irá avaliar se é necessária uma avaliação de impacto ambiental.

Os cidadãos podem dar a sua opinião, no portal Participa, até 11 de Maio e autarquia pode emitir um parecer não vinculativo sobre a operação de prospecção e produção.

Caso seja autorizado, o furo de prospecção, de 3200 metros na vertical e entre 300 e 700 metros na horizontal, deverá ser realizado em dois a três meses e envolver até 50 trabalhadores.

 

“Santuário de Fátima concessionado para exploração de Petróleo”

É com o título acima que a Associação de Surf e Actividades Marítimas do Algarve, que tem lutado contra a exploração de petróleo no mais famosa zona balnear do nosso País está a fazer um “apelo urgente a todos os católicos”, fazendo-lhes notar que o maior recinto mariano do Mundo “está sob ameaça de fracking (exploração de petróleo e gás), por processo de fractura hidráulica” pode ler-se no site da organização.

Fonte do Santuário de Fátima esclarece que o assunto tem sido acompanhado “oficiosamente”, pois nunca houve qualquer contacto formal com a entidade.