Sociedade

Autarca da Marinha Grande atribui poluição do rio Lis à ETAR do Coimbrão e pede ajuda ao Governo

15 out 2022 15:36

O presidente da Câmara da Marinha Grande pediu hoje ao ministro do Ambiente apoio para a despoluição na foz do rio Lis, provocada alegadamente pela ETAR do Coimbrão

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Aurélio Ferreira entregou ao ministro um dossiê com cinco anos de análises à qualidade da água
Ricardo Graça/Arquivo

O presidente da Câmara da Marinha Grande relacionou hoje a poluição do rio Lis que se manifesta na Praia da Vieira com o funcionamento da ETAR do Coimbrão e pediu apoio do ministro do Ambiente para ultrapassar a situação.

“O problema não é das suiniculturas. Temos análises da água dentro do nosso concelho, com boas condições de saúde pública. Portanto, é desde aí até que chega à foz que ela é contaminada. O que é que existe que possa alterar isto? Não temos pecuárias no nosso concelho, portanto o problema é da ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais] do Coimbrão [Leiria]”, disse o presidente do Município da Marinha Grande, Aurélio Ferreira, à margem de uma visita do ministro do Ambiente ao Pinhal de Leiria.

O autarca entregou ao ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, um documento com informação sobre a monitorização da qualidade da água do rio Lis, entre 2010 e 2022, evidenciando os impactos no ambiente e saúde pública provocados alegadamente pela ETAR do Coimbrão. E solicitou apoio para a despoluição na foz.

Segundo Aurélio Ferreira, foram realizadas análises “antes da descarga da ETAR no rio Lis”, que são “compatíveis com aquilo que a saúde pública entende ser um problema”.

“Depois temos análises imediatamente a seguir à descarga e efectivamente os valores disparam. São extremamente elevados”, reforçou.

O documento entregue é um “resumo de um trabalho de cinco anos” de análises que têm vindo a ser feitas nas águas desde que entram na Vieira de Leiria, freguesia do concelho da Marinha Grande, “até à foz”.

“Fizemos análises em cinco pontos para percebermos o que é que temos em termos bacteriológicos nesta região. As análises da autoridade de saúde também indicam que existem zonas mesmo encostadas à foz, em que a qualidade da água não permite banhos”, informou Aurélio Ferreira.

Os parâmetros referidos no documento mostram que ao “nível dos 'enterococos' e 'colis' estão acima da média”, o que põe em causa a saúde pública na foz do rio Lis.

Para Aurélio Ferreira, a poluição “impossibilita o desenvolvimento económico da Praia da Vieira” e impede o hastear da bandeira azul.

“Pedi ao senhor ministro que actue, faça com que as Águas do Centro actuem na ETAR e que tratem as águas, de modo a que quando elas são lançadas no rio, tenham condições de a saúde pública aceitar as águas que ali tem”, afirmou.

O presidente sublinhou que, neste momento, há “um problema de saúde pública”.