Sociedade

Burla com ecografias motiva queixas na PSP de Leiria

23 out 2021 16:30

Mulheres pagavam antecipadamente para “garantir vaga”, mas o exame não foi feito.

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Maria Anabela Silva

A PSP está investigar uma alegada burla envolvendo o franchisado de uma clínica de ecografias emocionais – a Ecox -, que funcionou nos Marrazes, em Leiria.

Em causa, estava o pagamento antecipado de exames, de forma a “garantir vaga”, que acabaram por não ser efectuados, porque a clínica fechou “há meses”, embora “continuasse a publicitar os seus serviços”.

A Ecox, uma empresa espanhola com sete franchisados em Portugal, assume as “ocorrências” e promete devolver o dinheiro às lesadas.

Grávida de 33 semanas, Ana Reis conta que já tinha feito uma ecografia no local e que “tudo tinha corrido bem” e que não lhe foi pedido qualquer pagamento antecipado, o que aconteceu desta vez.

“Achei estranho, mas do outro lado disseram- me que só assim podia assegurar a vaga. Como não estava a conseguir marcar noutras clínicas, fiz a transferência de 70 euros”, refere a mulher, adiantando que no dia do exame deparou-se com o espaço fechado e com os contactos telefónicos “desactivados”.

Ana apresentou queixa na PSP e denunciou o caso num grupo de facebook, onde, entretanto, surgiram outros testemunhos de quem pagou por uma ecografica que não foi realizada.

Uma das mulheres refere que no dia em que esteve na clínica havia “mais oito grávidas” à porta do estabelecimento. “Todas nós tínhamos pago o valor de 70 euros para supostamente garantir a vaga”, pode ler-se na publicação.

A PSP já recebeu quatro queixas, que envolveram pagamentos de 70 euros e que foram remetidas ao Departamento de Investigação e Acção Penal de Leiria, “encontrando-se a ser desenvolvidos os inquéritos na esquadra de Investigação Criminal de Leiria”.

Ao JORNAL DE LEIRIA, a Ecox Portugal explica que a empresa está presente no nosso País desde 2013 e que “até ao momento tudo sempre correu bem” com os sete franchisados.

“Lamentamos este episódio que está a ocorrer com o centro de Leiria, no qual não nos revemos de todo”, refere a empresa, assegurando que, assim que teve conhecimento das primeiras ocorrências, procedeu “logo aos trâmites legais para expulsar” aquele centro da sua rede de franchising e “garantir a devolução de todos os valores às grávidas penalizadas”.

Segundo a Ecox, apesar da “burocracia/ legalidade” que envolve o processo de expulsão do franchisado, “as devoluções do dinheiro já começaram a ser realizadas”.