Sociedade
Câmara de Leiria invoca segurança para cortar 40 laranjeiras no Terreiro
As laranjeiras tinham sido plantadas em 2000 por alunos das escolas do 1.º ciclo da cidade.
Foi na segunda-feira. Em poucas horas, as emblemáticas laranjeiras do Terreiro (Largo Cândido de Reis), em Leiria, foram cortadas e arrancadas. Porquê? Segundo a câmara, porque havia queixas de que as laranjas eram usadas para atirar contra um “imóvel daquela zona” e “quedas relacionadas com o apodrecimento do fruto nos passeios”.
Para grandes mal, grandes remédios. A autarquia decidiu, então, substituir as 40 laranjeiras por outras tantas da espécie Prunus serrulata kanzan (vulgarmente conhecida por cerejeira de jardim), plantadas no dia seguinte.
A medida gerou um coro de protestos, nomeadamente, nas redes sociais, onde não faltou quem lembrasse outros cortes de árvores recentes na cidade ou sugerisse alternativas ao arranque das laranjeiras, como a apanha do fruto, de forma a evitar que pudesse ser usado como arma de vandalismo, ou a replantação noutro local.
Entre quem trabalha ou mora na zona, as opiniões dividem-se. “Apanhei um choque muito grande quando vi as imagens. Desci a rua e vim ver. Não queria acreditar”, conta uma moradora de uma das ruas adjacentes ao Terreiro. Ao lado, um vizinho, acrescenta: “É uma tristeza. Não beneficia nem os edifícios recuperados, nem os que estão em mau estado. Talvez agora, em vez de laranjas, os prevaricadores passem a atirar garrafas”.
Entre os apoiantes da medida está Manuel Oliveira, proprietário do bar Os filipes. “Não pedi para as cortarem, mas concordo. Tinha de andar sempre a apanhálas. Uma vez, escorreguei em cima de uma e dei cabo de um joelho. Houve vidros partidos em vários edifícios da zona. Árvores de fruto ficam bem é no campo. Não na cidade”, alega, afirmando ainda que, quando crescerem, as novas árvores “ficarão muito bonitas”.
Mariana Duro quer esperar para ver. Para já, não esconde a tristeza por as árvores que viu plantar deixarem de fazer parte da imagem de marca do Terreiro.
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