Saúde
Centro Hospitalar de Leiria vai ter Unidade de Hospitalização Domiciliária
Desta forma, serão evitadas estadas desnecessárias nos serviços de internamento dos hospitais por razões alheias ao seu estado de saúde.
O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) vai criar uma Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD), um serviço que permite potenciar o retorno dos doentes ao seu ambiente familiar e reduzir os riscos do internamento convencional.
Desta forma, serão evitadas estadas desnecessárias nos serviços de internamento dos hospitais por razões alheias ao seu estado de saúde.
A Unidade, que deverá estar a funcionar no primeiro semestre de 2019, representa uma alternativa ao internamento convencional na fase aguda da doença, sempre de acordo com a vontade do utente e da sua família, e em situações menos graves em que, ainda assim, é necessário internamento, sob permanente vigilância de uma equipa hospitalar multidisciplinar, explica o CHL numa nota de imprensa.
“A nossa missão é, e sempre foi, garantir os melhores cuidados aos nossos utentes, dentro e fora de portas, e a criação da Unidade de Hospitalização Domiciliária é um projecto que temos preparado há dois anos”, revela Alexandra Borges, vogal executiva do CA do CHL, citada no comunicado.
Garantindo que o CHL não desistiu deste projecto, Alexandra Borges, considera que esta oportunidade irá “beneficiar muito” os utentes, uma vez que este serviço permitir-lhes-á a” mesma qualidade e o mesmo rigor dos cuidados, na sua própria casa, junto da sua família”.
Os doentes terão de cumprir um conjunto de critérios clínicos, sociais e geográficos que permitem a sua hospitalização no domicílio, sob a responsabilidade dos profissionais de saúde da UHD, e com acesso aos medicamentos exatamente como se estivessem internados no hospital, com total igualdade nos direitos e deveres dos doentes internados no hospital ou no domicílio, informa o hospital.
“Estamos a criar um ‘Hospital sem Muros’, em que os utentes são acompanhados como se estivessem num serviço hospitalar, mas com uma envolvente psicológica que é mais favorável ao seu tratamento, com a presença da família e num ambiente que lhe é próximo”, sublinha Alexandra Borges, referindo ainda as vantagens para a recuperação, já que “o doente estará mais disponível para aceitar o tratamento e cumpri-lo rigorosamente como é necessário que aconteça”.
A UHD funcionará todos os dias do ano, 24 horas por dia, com uma equipa multidisciplinar e em que uma visão holística do doente será o caminho a seguir.
“Será, à partida, composta por médico, enfermeiro, assistente técnico, assistente social, e, em caso de necessidade, integrando outros profissionais como fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, entre outros.”
Este sistema, adianta o CHL, é focado no doente e na sua família, enquanto cuidadores, e depende, naturalmente, do seu consentimento.
Garantindo um cuidado rigoroso e próximo, à semelhança do que acontece no internamento hospitalar, este internamento domiciliário proporciona uma maior humanização e valorização da componente familiar e, por conseguinte, um maior conforto físico e psicológico e a melhor aceitação do tratamento por parte do doente.
A opção pelo internamento domiciliário será decidida “caso a caso de acordo com o diagnóstico, a estabilidade da situação clínica e a capacidade de controlo da situação e potenciais complicações no domicílio”.
Este projecto integrará igualmente a cooperação com outros recursos do SNS, nomeadamente os cuidados primários, comunitários e continuados, onde os utentes poderão continuar a ser seguidos.