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Clap Your Hands Say F3st!, o “festival dos olheiros” da música portuguesa
Organizado por três entidades culturais da cidade do Lis, esta é uma mostra dos mais promissores talentos da música feita em Portugal e está a alcançar uma exposição que extravasa a região, juntando uma aposta nacional a uma banda ou artista locais
O Clap Your Hands Say F3st! (CYHSF!)começa, a pouco e pouco, a ser uma espécie de imagem de marca de Leiria. Os ecos, deste que é quase um “festival dos olheiros” da música portuguesa, são já perceptíveis a nível nacional.
O evento que acontece entre Janeiro e Março, na cidade do Lis, com seis concertos ao longo de três semanas por mês, aposta na ideia de ser uma mostra dos mais promissores talentos da música feita em Portugal e em Leiria e está a captar públicos fora do arco geográfico regional tradicional.
As actuações são sempre duplas, com duas bandas em palco, em cada sessão, uma nacional e outra local. Um ano após a primeira edição e estando a meio da programação preparada para este ano, o JORNAL DE LEIRIA fez um balanço de como corre o mais inusitado – e longo – dos festivais musicais de Inverno.
O nome é inspirado no quinteto de Brooklyn (EUA) Clap Your Hands Say Yeah. “Temo-nos conseguido aperceber que, muitas vezes, o público não conhece os projectos, mas confia nas nossas escolhas e comparece para poder conhecer a mais recente produção musical nacional”, garante Pedro Vindeirinho.
O editor da Rastilho Records, uma das três entidades que coabitam e trabalham para o sucesso da iniciativa, sublinha que, afinal, era mesmo esse o objectivo do CYHSF!: “criar o hábito de se ir a um concerto à sexta-feira à noite”. Mas o festival é também uma ideia que se está a implantar a nível nacional.
“Há pessoas a deslocarem-se de Coimbra, Torres Vedras, Abrantes ou Lisboa. Penso que este fenómeno também se deve ao facto de termos o apoio da Antena 3, o que permite ter um eco nacional, além de as bandas em cartaz terem uma capacidade de mobilização muito grande do público", enfatiza Carlos Matos, responsável pela Fade In, associação cultural, que, com a Omnichord Records, completam o trio de entidades que está à frente do festival.
Aos organizadores interessa, naturalmente, a participação dos espectadores da região à volta de Leiria mas, acima de tudo, captar um público de outras áreas geográficas, que não está familiarizado com a cidade e com a sua produção musical.
O público tem correspondido e enchido a sala do Teatro Miguel Franco. A afluência, garantem, tem sido superior à do primeiro ano, mercê de um cartaz “mais rico e de uma organização mais madura”, que “tem sabido responder” aos desejos de quem por lá passa.
Pedro Vindeirinho gosta da ideia de o CYHSF! ser uma espécie de “olheiro” de novas bandas e talentos e elogia o “faro” que Hugo Ferreira, da Omnichord Records, tem demonstrado na criação de uma programação que junta talentos que acabam por justificar a sua qualidade.
E, se há público de fora de Leiria, este terá contacto com os artistas e projectos locais, o que lhes poderá portas ou, no mínimo, ajudar à divulgação. “O CYHSF! acaba por ser um prestador de serviço público e uma plataforma de divulgação dos talentos locais”, adianta, por seu turno, o presidente da Fade In.
Os Jerónimo!, finalistas no festival Termómetro, e Obaa Sima, ambos projectos recentes da nova música de Leiria, já sentiram isso na pele, ao actuar em casas cheias. Inclusivamente, o cantautor de Leiria António Cova, após a passagem pelo CYHSF! tem rodado com alguma regularidade nas ondas da rádio nacional, através da Antena 3.
Este ano, entre os mais recentes projectos de maior projecção, só não passou a leiriense Surma, que está a apostar numa carreira internacional. No entanto, a artista já tinha encantado com a sua música o público do CYHSF!, em 2017.
Como acontece bastas vezes em Leiria, este “serviço público” é feito por uma legião de voluntários, melómanos, que partilham o amor pela sua terra e artistas.
Um festival que dura três meses
Uma das razões do sucesso que o festival tem sentido prende- se com o facto de ser um evento que dura três meses, o que permitirá criar uma ideia de continuidade e atrair pessoas.
“Acredito que uma das razões de estarmos a conseguir criar uma marca e uma identidade à volta do evento vem do facto de ele ser tão espaçado no tempo. É um modelo que ainda não tinha sido aplicado em mais lado algum”, diz Hugo Ferreira.
Os espectadores, esses, aparecem, especificamente, para conhecerem
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