Sociedade

“Decisões unilaterais” afastam vereadora da Câmara de Alcobaça

5 ago 2023 08:30

"O trabalho de equipa não estava a correr tão bem como poderia”, considera Inês Silva

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Inês Silva
Daniela Franco Sousa/arquivo
Daniela Franco Sousa

Inês Silva, vereadora e vice-presidente da Câmara da Alcobaça, que no passado dia 13 de Julho apresentou a Hermínio Rodrigues (PSD) um pedido de renúncia de mandato, adiantou esta semana ao nosso jornal os motivos da saída, em reacção ao comunicado emitido terça-feira pelos vereadores da oposição.

Inês Silva, que exercia funções na Câmara de Alcobaça desde 2013 e que tinha em mãos os pelouros da Educação e Investigação, da Cultura, Juventude e Infra-Estruturas, explica que não deixa a autarquia por ter algo em vista, mas porque a forma como o executivo está a trabalhar “não se coaduna” com a sua forma de estar.

“Adoro trabalhar em equipa. Mas o trabalho de equipa não estava a correr tão bem como poderia”, considera Inês Silva, para quem é preciso “diálogo, abertura para apreciar os desafios” em conjunto.

“As decisões não podem ser unilaterais, apesar de haver sempre uma última palavra por parte dos presidentes, que sempre respeitei”, entende.

Terça-feira, os vereadores do PS emitiram um comunicado onde disserem ter sido informados pelo presidente de câmara das motivações que levaram à renúncia de Inês Silva. “A ex-vereadora exterioriza o seu desagrado pela forma como o trabalho está a ser desenvolvido, ‘o qual não se coaduna com a sua forma de estar e sentir’ e expressa a sua vontade de ‘ter querido desenvolver um serviço em prol das populações e não de apenas ocupar um mero lugar político’”.

Assim, “o PS manifesta a sua forte preocupação com esta situação, de uma maioria presidencialista, e que não tenha sido apresentada a substituição. Não sabemos, nem sabem os munícipes quem substitui a vereadora, quem ficará à frente dos dossiers da Cultura, Educação e Obras Públicas. Amanhã teremos uma maioria de cadeira vazia, coxa, ausente, como o vazio do trabalho em equipa e o constante vazio das estratégias municipais. No mínimo lamentável, ou pior que isso”, remata a oposição.

Contactado pelo nosso jornal, Hermínio Rodrigues informa que só haverá novidades sobre a atribuição dos pelouros que pertenciam à vereadora demissionária no final de Agosto. O social-democrata realça a lealdade e a dedicação de Inês Silva a todas as pastas. “Foi uma posição que quis tomar, porque não se sentia bem”, sintetiza o presidente.