Sociedade

Duas pessoas de Pombal acusadas de contrabando de meixão

26 mai 2023 18:31

Foram apanhadas com 37 quilos de enguia em fase larvar que, alegadamente, pretendiam vender por mais de 200 mil euros

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Redacção/Agência Lusa

O Ministério Público do Porto acusou duas pessoas, “da zona de Pombal”, no distrito de Leiria, da prática de um crime de danos contra a natureza e de um crime de contrabando de circulação.

De acordo com a página da Procuradoria-Geral Distrital do Porto, os arguidos ficam proibidos “do exercício de pesca, transporte de mercadorias e de vendedor ambulante e a publicação da sentença condenatória a expensas do agente da infracção”.

Segundo o Ministério Público (MP), no dia 27 de Fevereiro, pelas 01:10, os suspeitos “foram interceptados pelas autoridades policiais, quando transportavam no veículo em que seguiam 131.810 exemplares de meixão, com o peso de 37,660 quilos”.

“Tais exemplares tinham sido capturados, de forma ilegal, no rio Lis, em Leiria”, referiu o MP, que adiantou que estavam a ser transportados pelos arguidos para “ulterior venda a pessoa não concretamente identificada, por um preço a rondar os 244.790 euros”.

As espécies foram apreendidas pelas autoridades policiais e, de imediato, devolvidas ao seu meio natural.

O meixão é uma espécie protegida pelo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (CITES).

Está “sujeita a restrições de comércio internacional que, pelo seu volume, possa comprometer a sua sobrevivência ou a conservação da população total a um nível compatível com o papel da espécie nos ecossistemas em que se encontra presente”.

A sua captura é proibida “em todas as bacias hidrográficas nacionais, à exceção do rio Minho, que a permite, em determinados períodos, e de forma regulada, nos termos do Regulamento da Pesca no Troço Internacional do Rio Minho”.

O meixão tem “elevada procura nos mercados asiáticos, enquanto vivo, quer na gastronomia, quer para fins agrícolas, com a sua introdução em arrozais, quer ainda para engorda, crescimento e posterior exportação para o continente americano”.

A sua comercialização pode atingir “um elevadíssimo preço, na ordem dos 6.500 euros por quilograma, que contém uma quantidade aproximada de 5.000 espécimes”.