Economia

Fileira da resina natural vê aprovado investimento de 29 milhões de euros

22 fev 2022 17:40

Consórcio liderado pela ForestWISE conta com 38 parceiros, entre eles o Politécnico de Leiria, a Resipinus, também de Leiria, e a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria

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Sector com grande impacto e tradição na região de Leiria
Ricardo Graça/Arquivo

O Consórcio RN21 - Inovação na fileira da resina natural para reforço da bioeconomia nacional viu aprovada a primeira fase da candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência, com um investimento de 29 milhões de euros.

Liderado pelo ForestWISE - Laboratório Colaborativo para a Gestão integrada da Floresta e do Fogo, o consórcio conta com 38 parceiros, entre eles o Politécnico de Leiria, a Resipinus, também de Leiria, e a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria.

“Esta iniciativa reúne pela primeira vez as empresas e outras entidades de toda a cadeia de valor da resina natural em Portugal, num consórcio integrado e mobilizador de investigação e inovação para uma maior valorização da resina natural nacional enquanto produto bio, potenciando um maior leque de aplicações de mercado e fomentando a revitalização de toda a cadeia de valor com vista à sua modernização, sustentabilidade e incorporação de conhecimento técnico-científico”, explica a CIMRL em comunicado divulgado esta tarde.

“A conjugação de investimentos públicos e privados vai alavancar a transição ecológica e digital e criar as condições favoráveis à colaboração interempresarial e com parceiros de I&D&I”, adianta.

O projecto será desenvolvido nos territórios das regiões de Leiria, Coimbra e Alto Tâmega, durante quatro anos, em torno de três pilares: fomento da produção da resina natural nacional; reforço da sustentabilidade da indústria transformadora; e diferenciação positiva da resina natural e produtos derivados.

“A resina natural é uma matéria-prima bio e renovável que constitui um dos múltiplos produtos dos pinhais do Centro e Norte de Portugal, e que tem inúmeras aplicações industriais, como substituto das resinas derivadas do petróleo: indústria alimentar, cosmética, produção de colas e incorporação no têxtil e no calçado, entre outras”, aponta a CIMRL.

“Num sector com grande impacto e tradição na região, lembramos que, na década de 1970, Portugal foi o terceiro principal produtor mundial de resina natural, com produções 25 vezes superiores às actuais. De entre os múltiplos factores de declínio destaca-se a concorrência de resinas de outras geografias (China e Brasil) a preços muito mais baixos. Todavia, a indústria da primeira e segunda transformação da resina natural tem-se mantido como uma referência internacional”.