Sociedade

Há cinco anos a espalhar a febre da corrida e da caminhada

4 abr 2018 00:00

Cumpriu-se esta quarta-feira a 261.ª edição das Brisas do Lis Night Run, a iniciativa que pôs Leiria a correr.

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Maria Anabela Silva

De há cinco anos a esta parte que é assim. Todas as quartas-feiras, quer chova quer faça calor ou frio, são noites de Brisas do Lis Night Run. Ontem, cumpriu-se a 261.ª edição de um evento que saiu para a rua a 3 de Abril de 2013 e que mudou, de forma muito significativa, a relação de Leiria com a prática da actividade física.

Esta verdadeira febre da corrida e da caminhada, promovida pela secção Pédatleta do Núcleo de Espeleologia de Leiria (NEL), acabou por contagiar outras vilas e cidades da região e transformou, para melhor, muitas vidas.

Os números falam por si. Nas 260 edições já realizadas foram contabilizadas quase 350 mil participações, tendo sido percorridos perto de 932 mil quilómetros, uma distância suficiente para ir 2,4 vezes da terra à lua ou para dar 23 vezes a volta ao mundo.

O dia 4 de Setembro de 2013 mantém-se como o mais frequentado de sempre, com o registo de 2.898 de participantes que encherem por completo a Praça Rodrigues Lobo, que, desde o início, se mantém como ponto de encontro.

Hoje, o número de aderentes é mais reduzido - até porque entretanto surgiram outras iniciativas do género em várias localidades à volta de Leiria, como Alcobaça, Batalha ou Porto de Mós -, mas as sementes estão lançadas e não há dúvidas de que a região está hoje mais saudável, muito por 'culpa' das Brisas do Lis Night Run.

Para Luís Subtil, presidente do NEL, um dos principais impactos do evento prende-se com a forma como as pessoas “usufruem hoje da cidade”, proporcionando uma “maior aproximação” da população residente na envolvente de Leiria à sua urbe.

“Isso é visível, por exemplo, na extraordinária afluência ao Polis, nomeadamente por parte de pessoas que, por influência das Brisas, tiveram a coragem de dar esse passo”, alega. O dirigente do NEL realça ainda as “mudança de hábitos” que o evento proporcionou, estimulando pessoas que tinham vidas sedentárias para a prática de actividade física.

“Temos a percepção que contribuímos para melhorias significativas na qualidade de vida. Isso mesmo é-nos transmitido por inúmeros testemunhos.”

Para Luís Subtil, o sucesso da iniciativa deve-se também à “maior consciencialização” das pessoas para a importância da actividade física na saúde e bem-estar. Se por um lado, as Brisas “despertaram esse gosto por caminhar ou correr”, por outro, o fenómeno propagou--se porque “as pessoas estão hoje muito mais predispostas para a prática de exercício e conscientes dos benefícios” dessa actividade.

Do sofá para provas de 100 quilómetros

Vítor Santos não praticava qualquer desporto e “odiava” correr. “Era sobretudo adepto do sofá”, graceja. Até que um dia entrou numa loja e encontrou uma t-shirt da qual gostou muito. Só que o seu tamanho habitual - XL - já não entrava. “Recusei comprar o XXL e decidi perder peso”. Tinha então 46 anos e 98 quilos.

Começou por pequenas caminhadas na zona de Pernelhas, onde vive. Entretanto, as Brisas do Lis Night Run davam os primeiros passos e Vítor Santos deixou-se convencer pela mulher a experimentar. Ao fim de um mês e meio já não se sentia satisfeito só com as caminhadas.

Queria mais. Experimentou a corrida e ficou convencido. De tal forma que, meses depois, já estava a fazer a sua primeira prova, a mítica meia-maratona da Nazaré. “Fiquei apaixonado”. Da estrada passou também para o trail. Inicialmente não gostou muito mas, por insistência de alguns companheiros, continuou e hoje está

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