Sociedade
Homicidas de Inês Botas foram condenados a 30 anos de prisão
Vítima, natural de Cortes, Leiria, tinha 28 anos, quando foi raptada e morta, na cidade da Beira, em Moçambique
Os três assassinos de Inês Rodrigues Botas foram condenados a 30 anos de prisão - pena máxima segundo o Código Penal de Moçambique - pelo homicídio da jovem, de 28 anos, originária da Abadia (Cortes), no concelho de Leiria, em Dezembro de 2017.
O Tribunal Judicial da Província de Sofala, na cidade da Beira, em Moçambique, condenou, esta quinta-feira, Danilo Lampião, Jonas Moiane e Isaías Mangote (julgado à revelia, por se encontrar em parte incerta depois de, em 2018, ter escapado com outros 16 reclusos da Cadeia Central da Beira).
Além dos 30 anos de prisão a que cada um foi condenado, terão também de pagar uma indemnização conjunta de 1,5 milhões de meticais (cerca de 21.600 euros) aos familiares da vítima.
Inês Botas tinha 28 anos, quando foi raptada e morta após ter facultado o código dos seus cartões multibanco.
Encontrava-se a trabalhar na Beira, para a empresa Ferpinta, onde era directora financeira.
A jovem foi morta por afogamento, no Rio Pungwe, após prévio traumatismo craniano.
O motivo da morte esteve relacionado com o roubo de cerca de 416 euros e do telemóvel, pelos três homens, com idades compreendidas entre os 21 e os 24 anos, à data.
Personal Trainer engendrou rapto
No dia 29 de Dezembro de 2017, um colega da empresa Ferpinta denunciou à polícia que Inês Botas teria sido raptada, dado que, desde a noite anterior, se encontrava com os telemóveis desligados, não tinha regressado a casa e a viatura em que se fazia transportar teria sido localizada estacionada em frente a um hotel da zona.
As diligências da polícia levaram de imediato à detenção de três cidadãos, que terão explicado o móbil do crime.
De acordo com as declarações dos suspeitos, o rapto terá sido engendrado por um personal trainer do clube, onde a jovem treinava, que abordou os outros dois suspeitos com o objectivo de roubarem dinheiro a “uma portuguesa”.
Na quinta-feira, Inês Botas terá feito o seu treino e quando se preparava para sair, um funcionário do clube pediu-lhe boleia e convidou os outros dois suspeitos.
Perto da Igreja Maria de Fátima, os homens anunciaram o assalto, exigiram-lhe o código dos cartões bancários e assumiram a condução da viatura.
Naquela noite foram levantados 9.000 meticais.
Utilizando depois a viatura de um dos assaltantes, levaram Inês Botas até à ponte do rio Pungwe, onde a lançaram de uma altura de aproximadamente dez metros.
A seguir levantaram mais 20.000 meticais. No total, 416 euros.
Os autores do homicídio foram encontrados na posse do telemóvel da vítima e dos dois cartões bancários.
O corpo da jovem viria a ser localizado no dia seguinte, na margem do curso de água.