Sociedade
Incêndios causaram prejuízos de 8,7 milhões no concelho de Leiria
Estimativa foi apresentada esta terça-feira na reunião do executivo municipal. A cada hora, arderam 243 hectares, adiantou o vereador da Protecção Civil
A Câmara de Leiria estima em 8,7 milhões de euros os prejuízos na floresta e agricultura decorrentes dos incêndios que atingiram o concelho este mês, anunciou esta terça-feira, 26 de Julho, o vereador da Proteção Civil, Luís Lopes.
Num balanço efetuado na reunião do executivo municipal, Luís Lopes explicou que no incêndio que deflagrou em Palmeiria, na Caranguejeira, há perdas na floresta e agricultura na ordem dos 8,2 milhões de euros, “uma estimativa”.
Neste fogo, foram retiradas dos seus locais de residência, sobretudo de lares, 87 pessoas, tendo sido assistidas nove e havendo ainda registo de seis feridos ligeiros (um dos quais transferido para a unidade de queimados de um hospital de Coimbra).
Luís Lopes, eleito pelo PS, adiantou que arderam 3.767 hectares, a uma velocidade de 1.533 metros por hora (nas três primeiras horas do incêndio).
A velocidade do fogo, de acordo com o autarca, aumentou a dificuldade para a sua supressão.
“A cada hora, arderam 243 hectares”, apontou, enumerando danos em duas casas de segunda habitação, uma habitação devoluta e anexos de residências.
Comparando com um incêndio na mesma zona em 2005, o vereador referiu que então a área ardida ocorreu em três dias, quando no fogo deste mês demorou “seis horas”, situação que atribuiu à seca, à severidade meteorológica e ainda às alterações climáticas.
Quanto ao incêndio de Milagres, que obrigou à retirada de suas casas de um total de 17 pessoas, arderam 185 hectares, sendo que as perdas na floresta e agricultura somam perto de 472 mil euros.
O vereador adiantou que, dos 9.700 edifícios existentes na zona destes incêndios, “os danos são inferiores a 1% do edificado que existe neste território”.
Luis Lopes disse não acreditar na questão da sorte no que respeita às consequências destes incêndios, destacando a importância da existência das faixas de gestão de combustível.
“O facto de as faixas existirem não impede a área ardida, mas o número de habitações com danos foi muito inferior” e permitiu a retirada de pessoas “de forma segura”, declarou.
A oposição, pelo vereador Álvaro Madureira (PSD), manifestou solidariedade às pessoas, empresas e entidades atingidas pelos incêndios, e lamentou os danos que ocorreram.
Reconhecendo que os incêndios foram combatidos com “alma e destreza”, Álvaro Madureira alertou para a necessidade de se reforçarem as equipas de vigilância “dotadas com meios humanos e materiais, para fazer face a possíveis focos que possam surgir nos próximos tempos”.
Os incêndios no concelho de Leiria, que começaram no dia 12 de Julho na Caranguejeira, atingiram também as uniões de freguesias de Colmeias e Memória, e Souto da Carpalhosa e Ortigosa, além de Milagres e Boa Vista. Foram considerados extintos no dia 14.