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Inês Apenas e o EP biografia que é pop, jazz e electrónica

10 fev 2022 12:57

Cantora, pianista e compositora de Leiria apresenta trabalho de estreia no Texas Bar

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Concerto de Inês Apenas, esta sexta-feira, no Texas
Ricardo Graça

O primeiro EP de Inês Apenas sai no próximo mês, mas a oportunidade de ouvir todos os temas em concerto chega já esta sexta-feira, 11 de Fevereiro, no Texas Bar.

Os dois singles disponíveis nas plataformas digitais exibem o ponto de encontro entre a pop e a electrónica que delimita o universo sonoro da pianista e compositora de 23 anos, natural de Paris, mas a viver em Portugal desde a infância e antiga aluna do Orfeão de Leiria.

No lançamento mais recente, Bloqueada, partilhado em Dezembro, Inês canta “estou bloqueada numa aplicação, eu já não sei mais nada deste coração, estou bloqueada num amor, que eu nem consigo expressar, e já gastámos as palavras, meu amor, nem a poesia nos pode salvar”.

É “quase uma biografia”, com letras “muito pessoais” e “bastante directas”, que “saem com a alma” e contribuem para o objectivo de apresentar canções “que não aquelas canções de amor que já há por aí”.

Também na estreia – em Julho do ano passado, com Tu Fazes Tão – há um exercício de arqueologia sentimental embalado por batidas e texturas contemporâneas: “É tão difícil fazer feliz, alguém, de quem se gosta e está perdida, também, nesta loucura, mas está tudo bem, eu quero fazer tudo bem, e espero, fazer tudo mal”.

O vídeo tem realização de Ricardo Leite e de Cláudia Pascoal, vencedora do Festival da Canção em 2018 e actualmente a produzir um projecto em que Inês Apenas participa.

O momento Festival da Canção não é um detalhe. Na edição de 2019, Inês Oliveira da Costa fez segundas vozes para Débora Umbelino (Surma) e muito provavelmente a experiência ajudou a materializar a possibilidade de se tornar Inês Apenas.

O passo definitivo na transformação surgiu em 2020 depois de concluir a licenciatura na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE), no Porto. “Já sabia que gostava de cantar, mas só comecei a compor as minhas coisas no primeiro confinamento”. Antes, reconhece, “talvez não tivesse a confiança e a segurança”, apesar da vivência como teclista em bandas de originais e de versões, e da colaboração no coro Ninfas do Lis, durante anos.

Os seis temas que Inês Apenas vai incluir no primeiro EP – com o título Um Dia Destes – tanto misturam influências da música pop e electrónica como do jazz e da soul. São o resultado da formação em piano clássico pelo Orfeão de Leiria e do curso de canto jazz no Conservatório do Porto, além da aprendizagem na ESMAE.

O estudo do piano clássico “é dificílimo” e “muito exigente”, mas, hoje, permite-lhe “juntar correntes que ninguém está à espera” e ao mesmo tempo utilizar “harmonias fora da caixa”.

“Sinto que esse estudo foi necessário e acho que se nota nas composições que faço”, diz ao JORNAL DE LEIRIA. “As harmonias das minhas músicas não são propriamente um pop batido, é um pop um bocadinho mais alternativo. Não deixa de ser pop, se calhar são harmonias não tão comuns e isso vem do clássico e da minha necessidade de variar e explorar novas coisas”.

A intimidade com o piano está ainda na origem da participação nas gravações da série O Crime do Padre Amaro, no ano passado, com realização de Leonel Vieira para a RTP. Inês Apenas foi dupla de mãos da actriz Bárbara Branco e tocou as cenas da personagem Amélia nas teclas.