Sociedade

Julgados de paz chegam a cinco concelhos da Comunidade Intermunicipal de Leiria

7 abr 2021 12:59

Processos até 15 mil euros podem ser julgados nesta resposta da justiça

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O julgado de paz vai funcionar no Edifício Gens, antigo Paços do Concelho da Batalha
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Os concelhos da Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós vão passar a ter julgados de paz, permitindo um acesso à justiça “mais rápido” aos cidadãos, como referiu hoje a secretária de Estado.

A assinatura do protocolo na Batalha, onde ficará a sede do Julgado de Paz do Agrupamento dos concelhos da Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós “vai possibilitar o alargamento da rede dos julgados de paz a mais cinco concelhos, cumprindo a aproximação da justiça aos cidadãos”, disse a secretária de Estado da Justiça, Anabela Pedroso.

Com a criação do julgado de paz deste agrupamento, este tipo de resposta “permite chegar a mais 250 mil pessoas”. “É este direito de expor uma justiça pronta, célere, a custos reduzidos e com qualidade que nos junta aqui. Os tais tribunais de proximidade são orientados por princípios de simplicidade, de mediação, de rapidez e economia processual e têm sido sempre efectuados na ligação com o poder local”, acrescentou a governante.

Para o presidente do Município de Leiria e da Comunidade Intermunicipal de Leiria, Gonçalo Lopes, o “acesso à justiça em condições de igualdade por todos é uma das marcas que melhor estabelece a fronteira entre as sociedades mais e menos desenvolvidas”. Por isso, defendeu, este novo serviço é “mais um passo no sentido de tornar a justiça mais próxima dos cidadãos, mais ágil e mais rápida”.

Gonçalo Lopes acrescentou que é necessário “tornar o acesso à justiça cada vez mais inclusivo, seja ao nível dos procedimentos ou da linguagem, contribuindo para afirmar Portugal como um espaço de pleno direito e um reduto de defesa e garantia dos direitos humanos”.

A secretária de Estado revelou ainda que durante a Presidência portuguesa no Conselho da União Europeia está agendado uma conferência que “vai focar precisamente a justiça centrada nas pessoas”, onde os “julgados de paz têm um papel fundamental”.

Também o presidente da Câmara da Batalha, Paulo Batista Santos, lembrou que estas são “instâncias de resolução alternativas de litígios, que tornam mais rápido, barato e eficaz o acesso à justiça, permitindo aos cidadãos resolver litígios sem recorrer aos tribunais comuns”.

O autarca revelou que o Julgado de Paz funcionará na Batalha, no edifício antigo dos Paços do Concelho, “com possibilidade de delegações noutros municípios, que permitirão que todos os cidadão e empresas tenham uma maior acessibilidade”.

Segundo Paulo Batista Santos, este modelo tem como “mais-valia factores como proximidade, participação cívica, pacificação na resolução e simplificação processual, a flexibilidade e a economia, uma vez que este mecanismo tem uma taxa única de 70 euros, mais barata que os tribunais comuns”.

Além disso, acrescentou, “os processos são findos numa média entre 60 e 70 dias” e, “na sua maioria, são resolvidos por acordo”. O julgados têm competências para apreciar e decidir ações declarativas cíveis, com exceção das que envolvam matérias de direito da família, direito das sucessões e direito do trabalho, cujo valor não exceda os 15 mil euros. 

No distrito de Leiria existem julgados de paz nos concelhos de Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos e Peniche.