Desporto

Há 12 anos Leiria recebeu o padel com desconfiança. Hoje, todos o acham irresistível

26 nov 2021 09:09

Inspirada por um fenómeno imparável que observava do outro lado da fronteira, Susana Feitor Dias trouxe a modalidade para Leiria. Hoje, o padel está em acelerada expansão na cidade

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Susana Feitor Dias passa os dias a ensinar a modalidade a novos interessados
Ricardo Graça

Tem as prateleiras lá de casa cheias de troféus, porque é uma das melhores jogadoras de padel do Velho Continente, mas passa os dias ocupados não a treinar, mas a dar treinos. Os alunos, que vão crescendo em catadupa, são dos “oito aos setenta”.

O fenómeno está definitivamente instalado na cidade. Há “muitos casais” e muitas vezes são famílias inteiras, de pai, mãe e filho e filha, todos prontos a aprender com a recente medalhada no Europeu de veteranos.

Susana Feitor Dias não tem mãos a medir para tanta solicitação, mas quando há uma dúzia de anos trouxe a modalidade para Leiria, “a segunda cidade do País” a ter campos, a infra-estrutura foi recebida com escárnio e mal-dizer.

“O pessoal nem sabia o que era e achava muito estranho”, recorda. Os que tiveram a coragem de a acompanhar nos primeiros tempos dos dois campos no Clube da Escola de Ténis de Leiria (CETL) foram apelidados de “padeleiros”.

Os praticantes de ténis estavam “muito reticentes” e “olhavam de lado” para aquelas caixas de vidro. Garantiam que aquilo não era para eles, que jamais experimentariam o padel, porque era “muito simples” e “destinado aos tenistas frustrados”.

Agora dá vontade de rir, não é Susana? “Foi difícil de introduzir, mas sabes o que aconteceu? Caíram lá todos!”

Houve “um primeiro grupinho de dez a 15 pessoas” que teve a coragem de experimentar.

“Todos gostaram e o número de praticantes começou a crescer com o passa-a-palavra. Depois, como só tínhamos dois campos, nem queriam que houvesse muita divulgação, porque já não havia espaço para jogar. Hoje em dia, e ainda bem, há mais clubes, mais campos e mais gente. Assim é que é giro.”

Para alargar a oferta, já que a procura é alta e até já existe dificuldade em marcar hora nos diversos espaços existentes na região, o CETL tem um projecto para construir três campos cobertos.

Está pensado “há uma série de anos”, mas devido aos problemas com os terrenos em que o clube está implantado tem sido sucessivamente adiado. Poderá, no entanto, haver novidades a breve prazo.

Padel em vez de ténis

O primeiro contacto da vice-campeã mundial master em 2019 com a modalidade aconteceu há mais de duas décadas, quando ia de férias com os pais para o Sul de Espanha.

Na altura, era jogadora de ténis e não podia desleixar a preparação durante o período estival, pelo que tinha de treinar uma hora ao clube mais próximo, onde se deslocava com o progenitor, Joaquim Dias, então presidente do CETL.

“Já começava a ver alguns campos de padel e a cada ano que voltava havia mais e mais. Chegou a um ponto em que os campos de ténis começaram a desaparecer e em seu lugar nasciam outros de padel. Era uma loucura. Começámos a achar estranho e a observar o jogo. Achámos aquilo giro e achámos que podia ser uma nova vertente pa

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