Sociedade
Município de Leiria exige ao Governo construção do campus da Justiça
Foi identificado o terreno contíguo ao Estabelecimento Prisional de Leiria para a construção de um novo Palácio da Justiça
O Município de Leiria vai enviar uma moção ao Ministério da Justiça a exigir a construção de um campus de Justiça, com a "máxima urgência”, lembrando que existem terrenos identificados para a sua edificação.
“Reivindicamos a construção de um novo Palácio da Justiça, num curto prazo, estando o Município de Leiria disponível para colaborar, dentro da sua esfera de competências, para a concretização deste projeto tão importante para Leiria”, sublinhou o presidente da Câmara, Gonçalo Lopes, na apresentação da moção, aprovada por unanimidade, durante a reunião de executivo de hoje.
O documento reforça que é “urgente a criação de uma ‘Cidade Judiciária’, um espaço dedicado à Justiça em Leiria, com a construção de um novo Palácio da Justiça e um complexo de edifícios concentrado que agregue, num só espaço físico, moderno, amplo e multifuncional, os serviços dispersos”.
“Este cenário possibilitaria a concentração dos serviços, de forma sustentável, em edifícios centrais da propriedade do Estado, integrando dimensões de comodidade, de adequação funcional e de acessibilidade, e permitiria a criação de novas valências importantes para o nosso concelho, como a Secção Especializada Integrada de Violência Doméstica”, lê-se na moção.
O Município reforça que existe uma “dispersão de tribunais e secções cíveis pela malha urbana de Leiria, o que representa um enorme custo para o erário público, atendendo aos despendidos valores nos arrendamentos desses edifícios que ascendem aos 200 mil euros por ano”.
Um novo tribunal tem sido pedido de “forma recorrente junto do Ministério da Justiça, no sentido de solicitar a concretização desta obra, e para a qual já foi identificado o terreno contíguo ao Estabelecimento Prisional de Leiria”.
“A construção de um novo Palácio da Justiça é encarada como uma necessidade premente para garantir melhores condições de trabalho e de acessibilidades e para a qualificação dos serviços prestados ao cidadão, um investimento estruturante, unanimemente reconhecido como essencial para valorizar e dignificar a Justiça em Leiria.”
Segundo a moção, a criação de novas valências e serviços, as evidentes limitações físicas e funcionais do edifício, a falta de condições de trabalho de magistrados, advogados e funcionários judiciais e a falta de acessibilidades, o Palácio da Justiça de Leiria tornou-se manifestamente insuficiente para albergar os serviços a que se destina”.
O documento adverte que as condições actuais penalizam “decisivamente todos aqueles que ali trabalham e os próprios cidadãos”, destacando o “acentuado estado de degradação do atual edifício, com sobrelotação dos espaços disponíveis e condições de segurança cada vez mais precárias, não existindo gabinetes suficientes para magistrados e serviços de inspeção, nem salas de testemunhas, nem um parque de estacionamento adjacente que inclua lugares suficientes para os trabalhadores, cidadãos e carrinhas celulares de arguidos detidos”.
A moção refere que a concentração da justiça num local torná-la-ia “mais próxima dos cidadãos, mais acessível e mais inclusiva”.
Álvaro Madureira, vereador independente, eleito pelo PSD, sugeriu a Gonçalo Lopes a apresentação de uma outra moção pelo alargamento do serviço de urgências do Hospital de Santo André.
O presidente aceitou a sugestão e desafiou o vereador a escrevê-la em conjunto.