PCP denuncia falta de condições e corte de salários na Valbopan

A Comissão Concelhia da Nazaré do PCP denuncia que a Valbopan, unidade fabril sediada na freguesia de Famalicão, no concelho da Nazaré, que se dedica à produção de painéis de fibra de madeira, não está a garantir condições de trabalho em segurança aos seus funcionários.

Em comunicado, a Concelhia explica que a fábrica sofreu no passado dia 14 de Abril o segundo incêndio de “grandes dimensões no espaço de 12 anos”, matéria que “deve ser analisada e corrigida pela administração da empresa e devidamente acompanhada pelas autoridades competentes”.

Adianta ainda que, pelas consequências decorrentes do incêndio, “os trabalhadores vêem-se confrontados com espaços de refeitório demasiado exíguos para que as refeições se possam fazer em segurança”.

“O PCP teve conhecimento que actualmente os trabalhadores fazem as suas refeições num refeitório com cerca de dois metros quadrados. Com estas condições, e para que os trabalhadores não se acumulem no mesmo espaço, sem o devido distanciamento social, são obrigados a fazer a sua refeição sem quaisquer condições e onde 'calha'”, expõe a Concelhia.

O PCP refere que “os estragos causados inviabilizam a laboração na sua plenitude” e que, “sem que os trabalhadores tenham qualquer responsabilidade nesta nova realidade da fábrica, foi-lhes retirado o pagamento do subsídio de turno, com implicações significativas no rendimento ao final do mês”.

Entretanto, revela a mesma fonte em comunicado, “a situação já foi regularizada por intervenção do sindicato junto da empresa”. Contudo, “sabe o PCP que recentemente alguns trabalhadores foram colocados em regime de layoff com cortes significativos nos vencimentos, contrariamente ao que, por proposta do PCP, foi aprovado na Assembleia da República, ou seja, o pagamento do salário por inteiro aos trabalhadores em layoff”.

O PCP considera que “os direitos dos trabalhadores desta histórica unidade do concelho da  Nazaré, antiga Platex, e desde 1988 – Valbopan, não podem ser colocados em causa pelos factos sucedidos e aos quais são completamente alheios”.

O JORNAL DE LEIRIA tentou contactar, sem êxito, a administração da empresa.