Sociedade

Porto de Mós adia obras para pagar energia

17 set 2022 15:21

Alcatroamentos são os principais sacrificados com o adiamento de obras.

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Presidente da Câmara de Porto de Mós fala em aumento “dramático” dos custos com energia
Ricardo Graça
Maria Anabela Silva

O aumento “dramático” dos custos com energia, em paralelo com “alguma diminuição” de receita, está a obrigar o Município de Porto de Mós a adiar muitas das obras previstas para este ano.

A autarquia prepara-se para propor à Assembleia Municipal uma segunda revisão ao orçamento, para reforçar em 700 mil euros a rubrica relacionada com a energia. É a segunda vez que tal acontece este ano, depois de um primeiro reforço na ordem dos 800 mil euros.

“Já tivemos de fazer alterações ao orçamento na ordem dos dois milhões de euros para acomodar o aumento dos custos”, revelou o presidente da câmara, Jorge Vala, durante a última reunião de executivo.

Na ocasião, o autarca assumiu também a dificuldade de “haver verbas para repor” algumas das obras agora adiadas, embora garanta que a preocupação do município é que algumas possam ser consideradas “prioritárias no próximo ano”.

Em resposta a um morador de São Bento, que alertou para a necessidade de alcatroamentos na freguesia em vias onde recentemente foi instalada a rede pública de água e que estão “cada vez mais degradadas”, Jorge Vala não deixou margens para dúvidas sobre as prioridades da autarquia: “electricidade em detrimento de alcatrão”.

PS pede redução da derrama

Reconhecendo a necessidade de receita face ao aumento das despesas correntes, Paulo Nobre, vereador do PS, defendeu, no entanto, que o município devia “fazer um esforço” para reduzir a taxa de derrama, isentando as empresa com um volume de negócios abaixo dos 150 mil euros/ano.

No entender do socialista, seria uma forma de “ajudar a manter postos de trabalhos”, uma vez que “também as empresas estão a passar dificuldades relacionadas com os custos energéticos”.

“A solução é deixar de pagar a luz e a água”, dramatizou Jorge Vala, revelando que, no caso da derrama, a verba arrecadada não será suficiente para “pagar a revisão de preços” das obras em curso na Área de Localização Empresarial de Porto de Mós.

Frisando que “só paga derrama quem tem lucro”, o presidente da câmara salientou ainda que “é a primeira vez” que o município não aumenta a taxa com obras de ampliação da área empresarial a decorrer. “Nas anteriores fases, houve aumentos”, assinalou.