Sociedade

Requalificação do Centro de Apoio a Deficientes Profundos João Paulo II avança em Novembro

4 nov 2023 10:14

Obra está orçada em mais de cinco milhões de euros, com apoio financeiro no âmbito do PARES

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Instituição dá resposta social a 192 residentes
DR
Daniela Franco Sousa

Fundado em 1989, em Fátima, o Centro de Apoio a Deficientes Profundos João Paulo II (CJPII), da União das Misericórdias Portuguesas, é a casa e a família de muitas crianças, jovens e adultos, uma instituição que há mais de três décadas se empenha para garantir o melhor a quem mais necessita.

A requalificação das suas instalações, trabalhos que arrancam durante o mês de Novembro, é mais um grande passo da CJPII com o objectivo de proporcionar as melhores condições aos seus utentes.

Esta casa acolhe 192 residentes e oferece diferentes respostas. Além do lar residencial, tem também um centro de actividades ocupacionais, dispõe ainda de um serviço de reabilitação, cujo trabalho incide sobre aspectos como a funcionalidade, a autonomia, a participação, as capacidades e o desempenho dos residentes. Além disso, conta ainda com a Escola de Educação Especial Os Moinhos, que recebe utentes cujas necessidades não encontram resposta nos estabelecimentos de ensino formal.

Em Fevereiro, inaugurou também o Jardim Sensorial, espaço que o próprio Presidente da República fez questão de visitar.

Joaquim Guardado, administrador do CJPII, adianta que os trabalhos de requalificação do centro (uma obra orçada em mais de cinco milhões de euros, com apoio financeiro no âmbito do PARES) arrancam em Novembro estimando-se que possam estar concluídas em ano e meio.

São obras que permitirão assegurar a qualidade e resposta de sempre aos 192 residentes, salienta Joaquim Guardado.

Depois da obra, o projecto do centro passa por adquirir equipamentos mais actualizados, prossegue o administrador.

“Sou uma pequena peça desta engrenagem”, uma equipa multidisciplinar de mais de 200 pessoas, grupo dedicado e humano, praticante da verdadeira solidariedade, realça o responsável.

Entre os utentes, vindos de Norte a Sul do País, são muitos os que chegam ao centro encaminhados pela Segurança Social, pelos tribunais ou até por outras instituições, pessoas que, tantas vezes, não têm mais ninguém além dos colaboradores do CJPII. Utentes que estabelecem tamanha relação de afeição para com a equipa, que são presença habitual na ceia de Natal dos funcionários, em casa e à mesa das suas famílias, valoriza Joaquim Guardado.

As limitações físicas são grandes, para a maioria destas pessoas, a quem é preciso apoiar em todas as mais elementares funções do quotidiano. Mas em todos se notam diferentes gostos e capacidades, a quem é preciso oferecer actividades e estímulos distintos, seja música, ginástica ou desporto, exemplifica o responsável.

Tão importante é a dedicação de Tiago nos programas de rádio que gosta de fazer, como o desempenho de Ana Sofia, que conquistou o título de campeã mundial de Boccia, como, para outros utentes, foi determinante aprender a comer, congratula-se Joaquim Guardado.

O apoio do Estado, de alguns beneméritos e de algumas famílias que, mesmo com baixos valores, ainda conseguem comparticipar a integração dos utentes no centro, são ajuda fundamental na gestão desta casa, explica o administrador. E, embora o País esteja em antepenúltimo lugar, entre os Estados da Europa, no que ao voluntariado diz respeito (em Portugal só 6% da população se dedica ao voluntariado, salienta Joaquim Guardado), o responsável do CJPII não deixa de se congratular com o empenho de muitos jovens que, de forma benévola, têm passado por este Centro com vontade de ajudar o próximo, e que com eles levam sorrisos e lições de vida.