Sinopse para todas as idades e uma estreia do Te-Ato

A companhia Teatro à Solta, da Marinha Grande, abre esta quarta-feira, 8 de Junho, a nona edição do Sinopse – Festival de Teatro Actor João Moital, com a peça Na Língua de Camões, de Susana Rodrigues, encenada por Cristóvão Carvalheiro, uma produção para a adolescência que vai a palco no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, pelas 16 horas.

Numa linguagem “muito acessível, sem ser fácil” e “sem cair na vulgaridade” e “no lugar comum”, o espectáculo que assinala o arranque do Sinopse “passa por toda a obra de Camões” para falar do que é “ser português”, adianta Luís Sarreira, da direcção executiva do Te-Ato, grupo que organiza o festival.

Em 2022, o Sinopse reúne companhias de teatro de Leiria, Marinha Grande, Alcobaça, Lisboa e Sintra que apresentam seis espectáculos. A única estreia absoluta é da responsabilidade, precisamente, do Te-Ato, com a peça Bu, encenada por João Lázaro a partir de um texto de Luís Mourão.

“É a menina dos nossos olhos, neste momento”, comenta Luís Sarreira.

De acordo com a nota de divulgação, os actores João Moital e José Luís Coelho interpretam “dois vizinhos de há uma eternidade unidos por uma amizade cúmplice feita de acordos e discordâncias”. Um deles “é leitor de jornais, irónico, crítico e sonhador”, o outro “foi eletricista desempregado, é agora canalizador desempregado e a seguir será mergulhador de profundidade”.

Bu reflecte “sobre as relações e o modo como o outro nos muda por cada vez que existe connosco”. E é, segundo Luís Sarreira, “uma proposta muito engraçada” que prossegue “a linha estética” explorada desde há anos pelo Te-Ato. “Uma conversa a tocar o absurdo, que, no entanto, faz todo o sentido”.

Com bilhetes entre os cinco e os oito euros, o Sinopse decorre até 30 de Junho e sugere um cartaz que volta a misturar colectivos mais experientes e menos experientes, da região e de fora da região, formato que está, de resto, na génese do festival.

Entre os grupos com mais currículo convidados em 2022, destaca-se o Teatro do Eléctrico, com A Voz Humana, de Jean Cocteau, numa encenação de Patrícia Andrade e David Pereira Bastos.

Além de Bu e A Voz Humana, a companhia A Corda e a peça Jogo de Espelhos, de Marina Prino, com encenação de Ruben Saints, completam as três propostas para o público adulto na edição deste ano.

Noutra opção de continuidade, o Sinopse volta a contemplar teatro para a infância. Odeio a Minha Irmã, de Sébastien Joanniez, é um espectáculo do Teatromosca encenado por Pedro Alves, Milene Fialho e Carolina Figueiredo, enquanto Abraças-me, da Boutique de Cultura, é uma adaptação e encenação de Ana Lázaro a partir do conto de João Borges de Oliveira.

“Não é por [Ana Lázaro] ser da casa, mas é normalmente sinónimo de qualidade”, sublinha Luís Sarreira.

O Sinopse é materializado com um apoio do Município de Leiria que representa 75% do orçamento do festival, que decorre em teatros municipais (Miguel Franco e José Lúcio da Silva).

Depois do espectáculo de abertura, a 8 de Junho, segue-se, no dia 15 deste mês, a apresentação de Bu, pelo Te-Ato, às 21:30, no Teatro Miguel Franco.