Desporto

Sporting Marinhense e a vontade de provar que o vírus só adiou o inevitável

4 set 2020 14:14

Clube da Marinha Grande começa a disputar no sábado a fase de acesso à 1.ª Divisão de hóquei em patins

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Nuno Domingues aponta o caminha da subida de divisão
Ricardo Graça

Há uma certa sensação de injustiça no ar, porque se 2020 estivesse a ser um ano normal, já há muito que o Sporting Marinhense teria festejado o regresso ao melhor campeonato do Mundo de hóquei em patins.

O clube da Embra dominava a seu bel-prazer a zona Norte da 2.ª Divisão quando a pandemia obrigou à interrupção da prova. E tudo ficou em águas de bacalhau.

Para solucionar o impasse, a Federação Portuguesa de Patinagem optou por fazer disputar uma liguilha entre seis emblemas: Paço de Arcos e Tigres de Almeirim, penúltimo e antepenúltimo da 1.ª Divisão, e Sporting de Tomar, Famalicense, Parede e os marinhenses, os primeiros classificados do segundo escalão.

Ora, o momento das decisões está a chegar. A partir de sábado, dia 5, e durante duas semanas, estas seis formações vão disputar o acesso à divisão principal, num formato de todos contra todos, a uma só volta. Os três primeiros classificados apuram-se então para a 1.ª Divisão.

É o que mais quer Nuno Domingues. O treinador do Sporting Marinhense acredita que se estão a preparar “da melhor maneira possível” para que o clube possa somar a quarta presença no escalão principal numa altura em que só há uma semana foi permitida a proximidade entre atletas nos treinos e a realização de jogos-treino.

“É tudo muito estranho”, sublinha o responsável, que lamenta o facto de a superioridade mostrada na temporada passada não ter sido compensada com a “justa” subida de escalão.

“Não nos deixaram alcançar o objectivo que estava à mão e esta situação deixa-nos com alguma incerteza. A resposta dos atletas tem sido boa, mas devido ao momento que vivemos temos tido dificuldade em fazer jogos-treino. Só fizemos um, com o Sporting”, explica o técnico.

De qualquer forma, a subida vai ser disputada dentro de campo, com o clube da Marinha Grande a ter a vantagem de defrontar três adversários em casa e apenas dois fora. O primeiro dos cinco jogos decisivos será então este sábado, pelas 17 horas, na Parede.

Nesta competição expresso, o Sporting Marinhense não poderá contar com uma das principais armas.

O público entusiasta que habitualemente enche o pavilhão e empurra a equipa nos momentos decisivos tem de ficar do lado de fora por imposição da Direcção-Geral da Saúde. Ainda assim, “o trabalho tem sido feito com um só objectivo”.

“Acho que estamos preparados, serenos, mas cientes das dificuldades que vamos encontrar. Qualquer das seis equipas se reforçou e quer chegar à 1.ª Divisão”, sublinha Nuno Domingues.

“Há que ter fé. Confio na minha equipa e no meu trabalho e acredito que podemos chegar lá. Mas num campeonato entre seis equipas, com cinco jogos em 14 dias, todos os pormenores são importantes e uma bola no poste pode mudar tudo”, enaltece o treinador.

“Não digo que é sorte, mas a forma como começarmos vai ser muito importante. À terceira jornada já podemos estar na 1.ª ou na 2.ª Divisão. Mas estamos preparados e confiantes, porque esta equipa tem tendência para crescer com a competição.”