Saúde
Verão terá menos médicos especialistas alerta Ordem dos Médicos
Presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos alertou hoje para a necessidade de prevenir a falta de médicos de todas as especialidades durante o Verão, vincando que as carências não são apenas na obstetrícia
“Não me parece haver na próxima semana tantos hospitais, ao mesmo tempo com tantos serviços em risco de ruptura, agora teremos Julho e Agosto, para a frente […] e era importante perceber como é que vai ser o Verão, em toda as especialidades e não apenas nesta”, afirmou Alexandre Valentim Lourenço, presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, nas Caldas da Rainha, onde ontem visitou o Serviço de Urgência de Obstetrícia.
Aludindo à criação de uma Comissão de Acompanhamento em Obstetrícia, na sequência dos casos recentes de encerramento temporário das urgências por falta de profissionais, o presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos (OM) lembrou que não existem, nem fariam sentido, comissões de acompanhamento para outras especialidades, apesar de faltarem “ortopedistas, anestesistas e pediatras”, entre outros.
Alexandre Valentim Lourenço sublinhou a necessidade de “mudanças estruturais” no Serviço Nacional de Saúde (SNS), que defende dever ser assente “em outros princípios técnicos, de boa retribuição, conhecimentos profissionais e em que seja possível ser-se feliz a trabalhar”, como o garante para a fixação de médicos no serviço público.
Princípios que, reconhece, “foram assumidos pela tutela” e em relação aos quais os médicos exigem saber “que medidas vão ser implementadas”, uma vez que não se pode “ter pensos rápidos como a contratação de estrangeiros, ou uma formação à pressa, ou ter profissionais menos qualificados a fazer determinadas funções para tapar este buraco eternamente”.
O dirigente da Ordem dos Médicos falava à agência Lusa nas Caldas da Rainha, onde visitou as Urgências de Obstetrícia, por, no início da semana ter tido notícia de que “não haveria médicos escalados para este fim-de-semana”.
A situação acabou por não se verificar, com o recurso “a empresas de tarefeiros que contrataram médicos já reformados ou que já pertenceram a este hospital, há dez anos que se voluntariaram, pelos valores de empresas tarefeiros para substituir e manter este sistema aberto”.
Uma solução apelidada por Alexandre Lourenço de “um penso rápido, um remendo que impede as mudanças estruturais” quer a nível nacional que neste hospital em concreto, onde hoje verificou existir “muito movimento para os poucos médicos”, dando como o exemplo a especialidade de Anestesia, suprida hoje com a vinda de um médico de Coimbra.