Sociedade
Visita de Costa às obras de centros de saúde em Leiria foi uma "afronta" aos empresários, diz PSD
Sociais-democratas lamentam que primeiro-ministro não tenha visitado projectos privados
A visita do primeiro-ministro, António Costa, às obras de dois centros de saúde de Leiria no âmbito do “Roteiro PRR” foi uma “afronta” aos empresários, consideraram hoje os presidentes das comissões distrital e de concelhia do PSD.
“O sr. primeiro-ministro veio claramente afrontar os empresários leirienses, a taxa de execução do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] é escandalosamente baixa e em vez de potenciar a força empresarial do distrito com uma grande execução a este nível, prefere um roteiro onde dá primazia à obra pública em detrimento do incentivo às empresas”, lê-se numa nota de imprensa assinada pelos presidentes das comissões distrital e concelhia de Leiria do PSD.
Segundo dizem os sociais-democratas, o “investimento público é bem-vindo e necessário a Leiria, visto que tem sido notoriamente insuficiente”, mas anão se pode “ostracizar o motor da economia”, principalmente no distrito de Leiria.
Segundo o comunicado, António Costa (PS), acompanhado dos ministros da Saúde e da Presidência, visitou, na quarta-feira, as obras em curso nos centros de saúde de Amor e dos Parceiros.
“Em Leiria encontram-se em execução obras em três centros de saúde, os dois acima referidos, e a adaptação a pólo de saúde do antigo jardim de infância da Bidoeira de Cima, num investimento global orçado em 4 milhões de euros, 3,7 milhões de euros financiados pelo PRR”, escrevem Hugo Oliveira, presidente da Distrital e deputado na Assembleia da República eleito pelo círculo de Leiria, e José Augusto Santos, presidente da Concelhia.
O presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, “aproveitou a ocasião para anunciar a conclusão das obras para meados de junho deste ano, sendo que algo não bate certo quanto a datas e valores”, acrescentam.
“Em orçamento municipal, para estas obras, estão apenas provisionados 1,1 milhões de euros para 2023. Dotações eventualmente a reforçar com a inclusão do saldo de gerência de 2022. Políticas e prioridades questionáveis, quando em 2022 foram gastos em apenas dois eventos, Leiria Sobre Rodas e Leiria Cidade Natal, mais de 1,25 milhões de euros, sem considerar gastos de energia, consumos e recursos municipais”, lê-se no comunicado.
Os dirigentes esperam que, “ao contrário dos mais de 200 mil euros gastos em floreiras, o facto de o investimento ser financiado por fundos comunitários não signifique que se possa pagar caro e gastar mal gasto”.
“Tão ou mais importante que as instalações, são os recursos humanos necessários para a satisfação das necessidades da população no acesso aos cuidados de saúde primários e hospitalares, e a esse o nível o défice é notório: urgências do hospital de Leiria sistematicamente encerradas, elevados tempos de espera para cirurgias e consultas de especialidade, falta de médicos de saúde familiar nos centros de saúde o que conduz à dificuldade de agendamento de consultas em tempo oportuno”, destacam.
Os sociais-democratas congratulam-se com a entrada de 38 médicos internos de formação geral, 21 médicos internos de formação específica e 12 médicos de formação em medicina geral e familiar e esperam que seja possível “promover a fixação destes profissionais no quadro dos estabelecimentos de saúde do concelho de Leiria”.