Viver

Zé Povinho. A maior figura da sátira portuguesa continua a ser do contra

26 jun 2025 08:00

Caldas da Rainha festeja 150 anos da personagem criada por Rafael Bordalo Pinheiro com uma exposição no CCC que faz parte de um programa mais vasto de comemorações

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Cartoon de Rafael Bordalo Pinheiro, de 1881
DR

Quando aparece pela primeira vez, em Junho de 1875, com o nome escrito na perna esquerda, já é a personagem completa. A estreia – pela mão de Rafael Bordalo Pinheiro no periódico satírico A Lanterna Mágica – “tipificou o Zé Povinho para todo o sempre”, comenta o designer Jorge Silva. “Uma vítima dos desmandos da governança política e, sobretudo, na perspectiva de ser espoliado”.

O que explica a imortalidade? Da monarquia à república, da ditadura à democracia, o “tipo pacato, pachola” e “meio estúpido” que “faz parte do imaginário” e do “património” português atravessa três séculos e sucessivos regimes, nos jornais, na cerâmica, no teatro e, agora, nas redes sociais, como símbolo de resistência – o famoso “toma” – e reflexo da indignação.

“Enquanto houver explorados e oprimidos”, o homem de chapéu, colete e camisa branca inventado por Rafael Bordalo Pinheiro “tem sempre um papel”, arrisca Jorge Silva. “É uma das coisas fantásticas do Zé Povinho, essa capacidade que ele tem de ainda hoje significar uma coisa, embora, se a gente quisesse reparar bem na criatura, é anacrónica”.

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