A escola e as importantes memórias que nos transformam

No dia 17 de outubro celebrou-se o Dia Internacional para Erradicação da Pobreza. Uma data que regista e nos recorda que existem no mundo milhões de pessoas que vivem numa situação de pobreza extrema e que a tendência é o número aumentar de dia para dia.

Esta situação deveria causar-nos revolta e principalmente gerar em nós uma onda de ação solidária para ajudar aqueles que estão perto de nós e que vivem sem as mínimas condições.

O Ser Humano será sempre melhor pessoa quando se preocupa com aquele que está numa posição fragilizada. A escola surge aqui como elemento fundamental na construção individual dos valores humanistas dos alunos que a frequentam.

Uma escola que sensibiliza os seus alunos para as grandes questões relacionadas com as causas humanitárias estará sempre a criar cidadãos mais altruístas e com mais capacidades para se tornarem adultos de ação e de transformação do mundo para melhor.

A Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo é um bom exemplo das boas práticas que uma instituição de ensino deve ter. Uma escola que tem como lema na sua missão “Crescer por inteiro” e que se foca no “desenvolvimento das competências indispensáveis para o exercício de uma cidadania plena, ativa e criativa…”

Foi por isso mesmo que aceitei o convite de regressar à minha antiga escola para falar sobre um assunto tão importante como o tema da pobreza no mundo. Entrar na biblioteca da escola que recebeu o nome da saudosa Professora Amélia Pais (que homenagem bonita!) e ser recebido por duas turmas de 11º ano recheadas de jovens curiosos e com vontade de demonstrar que a sua geração é atenta e preocupada com o que se passa à sua volta. Uma geração que mais uma vez me mostrou garantias de um futuro mais promissor, mais pacífico e mais respeitador das diferenças de cada um.

Que felicidade imensa saber que há professoras como a Helena e a Julieta que disponibilizam tempo nos vastos planos curriculares das suas disciplinas, permitindo assim que os seus alunos e alunas tenham acesso a momentos de construção de valores.

Na verdade, as escolas são instituições imprescindíveis para o desenvolvimento e para o bem-estar das pessoas, das organizações e das sociedades.

Regressar à minha antiga escola, ao meu querido Liceu, recordar o espaço antigo e observar as novas instalações, reencontrar e abraçar antigos professores mostrou-me que as escolas são também um espaço de boas memórias, provavelmente o local das melhores e mais saudosas memórias da nossa juventude e que nos transformaram nos adultos que somos hoje.