Opinião
Cinema | Fallout, não é só para os fãs
Para alguns, Vaults é um paraíso, mas para outros é um sufoco, e a série retrata bem toda esta dicotomia. No entanto, o mundo lá fora é extremamente perigoso
Fallout, uma série produzida por Jonathan Nolan, da mesma produção de Westworld, chegou não só para matar saudades de quem gostou de Silo, mas também para os fãs do mundo dos videojogos.
Esta série foca na premissa mais conhecida de Fallout, que retrata a grande catástrofe das bombas nucleares que deixa o mundo quase deserto e destruído. Os ricos mantêm-se em Vaults (debaixo de terra) antes do acontecimento, e os restantes habitantes permanecem na superfície.
Para alguns, Vaults é um paraíso, mas para outros é um sufoco, e a série retrata bem toda esta dicotomia. No entanto, o mundo lá fora é extremamente perigoso e radioativo. Não há um lugar perfeito, e muitos habitantes lutam para encontrar uma solução para um mundo novo e/ou melhor, o que resulta na criação de vários grupos e seitas.
Relativamente à banda sonora da série, entram clássicos de jazz de The Ink Spots ou Nat King Cole. Ramin Djawadi compôs para a série, mas acabou por ter uma prestação satisfatória, não ocupando um lugar total na entrega da banda sonora. Foi um receio que o tema mais conhecido no jogo Fallout ficasse de fora mas, felizmente, isso não aconteceu. Devo salientar também que a música estagnou pouco depois das bombas nucleares, tornando-se especial e até irónico todo o contraste entre a letra dos temas de jazz e a realidade do mundo vivido na série.
Em suma, toda a fotografia, argumento e direção tiveram um grande trabalho, o que torna a série bem sólida e acessível, não só para os fãs de Fallout, mas para qualquer tipo de público.
Estou muito curioso para ver uma segunda temporada, até porque terminou de forma satisfatória para os fãs e promete referenciar tudo, desde Fallout 1 até Fallout 4. Só espero que não tenha o mesmo destino de Westworld.