Opinião
Coisas 1 e 2
É desconcertante quando nos apercebemos o tanto que algumas pessoas sabem sobre as minudências de terceiros com quem se conectam em permanência pelas redes sociais, e nada, absolutamente nada, sabem do que sente, pensa ou faz um filho seu, o cônjuge, um familiar.
1. Diz-nos o jornal Expresso que “os utilizadores portugueses dedicam em média uma hora e meia a consultar redes sociais”. A notícia não é precisa nesse aspeto, pelo que somos levados a crer que este é o intervalo de tempo diário. A notícia também não esclarece como foi encontrada a amostra, tãopouco saberemos o número, mesmo que aproximado, de utilizadores de redes sociais em Portugal. Mesmo assim, por análise grosseira, é um número que dá que pensar. Vejamos: se um qualquer sujeito gasta 90 minutos por dia, num ano terá gasto 548 horas em tão profícua tarefa.
Ou dito de outro modo: 23 dias num ano de vida. Ou ainda, se assim quisermos: 68 dias de trabalho num ano, isto considerando que fazemos oito horas de trabalho por dia, o que não é o caso de uma boa quota da população que trabalha. 23 dias num ano de vida de um sujeito tem um peso significativo. Sobretudo se pensarmos na quantidade de pessoas que se queixa da falta de tempo que tem para acompanhar os filhos, para estar com a família ou com os amigos, para se instruir, participar na vida comunitária, ou mesmo para descansar.
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