Opinião

Educar para o património

17 nov 2016 00:00

Se a tutela, centralmente mais distante ou municipalmente mais próxima, emana princípios orientadores que elevam as exigências programáticas destes espaços, são os técnicos que neles trabalham que me encantaram.

Nos últimos anos, muito por imperativo da minha atividade profissional, visitei e trabalhei com a grande maioria dos espaços de património monumental e das instituições de caráter museológico da região.

Se a tutela, centralmente mais distante ou municipalmente mais próxima, emana princípios orientadores que elevam as exigências programáticas destes espaços, são os técnicos que neles trabalham que me encantaram. Verdadeiros zeladores da memória, são educadores incansáveis de uma população que nem sempre dá o retorno desejado...

As vozes mais respeitadas do debate cultural na nossa região erguem-se com frequência (e eloquência) na defesa de que não devemos “sacralizar em demasia os monumentos e museus”.

Realmente, a melhor salvaguarda destes é considera-los organismos vivos que, se inspiram e expiram, devem preparar-se para receber e dar. São estes técnicos que num espírito inabalável de missão, muito acima do simples propósito de cumprimento de objetivos, se recriam e procuram novos caminhos na programação das atividades.

Se é verdade que continuam a levantar-se os Velhos do Restelo, a quem chocam algumas propostas mais experimentais ou menos “adequadas à dignidade do espaço”, temos nestes técnicos os Gama que procuram, tal como nos Lusíadas, uma desafiante viagem épica que responda ao perfil destes novos públicos e que mantenha um dinamismo saudável nos monumentos e museus.

*Formador nas áreas do Turismo e Património
Esta coluna é da responsabilidade do Centro de Património da Estremadura (CEPAE)
www.cepae.pt
*Texto escrito de acordo com a nova ortografia

Leia mais na edição impressa ou torne-se assinante para aceder à versão digital integral deste artigo.