Opinião

Iliteracia financeira e a perda de oportunidades

22 ago 2022 21:45

A bolsa de valores funciona como uma porta de entrada para as empresas

Nos últimos 12 meses a bolsa portuguesa cresceu 18,64%, contrastando com os principais índices americanos e europeus que apresentam desempenhos negativos.

O PSI (Portuguese Stock Index), principal índice da Bolsa de Lisboa, é composto por apenas 15 empresas, sendo um dos mais pequenos da Europa, que, em média, são compostos por 21 empresas.

A bolsa de valores funciona como uma porta de entrada para as empresas, que podem procurar investimento, nacional e estrangeiro, dispersando o seu capital em bolsa, emitindo obrigações, ou outros instrumentos financeiros.

Por outro lado, permite a todo e qualquer cidadão investir as suas poupanças na expectativa de obter algum retorno.

Contudo, apesar do excelente desempenho no último ano, e de exemplos de sucesso como o da mais recente empresa a negociar nos mercados portugueses, a Greenvolt (antiga Bioelétrica da Foz), com entrada a julho de 2021, e que conseguiu mais do que duplicar o valor da sua ação, a bolsa nacional não tem conseguido atrair novos investidores ou novas cotadas.

O desinteresse dos portugueses pela bolsa de valores pode justificar-se de diversas formas, sendo a principal delas a falta de literacia financeira.

Um estudo recente do Banco Central Europeu colocou Portugal no último lugar do ranking da literacia financeira em 2020, entre os países da Zona Euro.

Durante muitos anos, os principais intermediários financeiros nacionais recomendavam produtos financeiros aos seus clientes, sem que estes os conseguissem compreender minimamente.

Atualmente, essas práticas abusivas não são permitidas, sendo ainda necessário que um investidor preencha um questionário acerca dos seus conhecimentos em produtos financeiros, de modo a traçar o seu perfil e verificar os instrumentos que lhe são mais adequados.

Além da maior segurança oferecida pela regulação, urge também fomentar a literacia financeira dos portugueses, permitindo-lhes não só estar mais seguros para aproveitar os bons ventos dos mercados portugueses, como também negociar com maior clareza um mero empréstimo bancário ou as condições de um cartão de crédito.

 

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990