Opinião
Letras | ACANTO – Revista de Poesia: objeto/livro da palavra poética
Se ACANTO, além de revista de poesia, é uma planta, julgo ser um gérmen de ‘acantos’, nessa melodia visceral que o patrono da Biblioteca Municipal de Leiria bem conhecia
O aparecimento de uma revista de poesia com a qualidade da ACANTO, de carácter trimestral, nascida em março de 2021, e já com a publicação e apresentação do número 3, de setembro, é um marco saudável, fundamental para a cultura e cada vez mais raro neste mundo frenético em que habitamos.
O edital inaugural faz uma síntese históricadiacrónica da semente da Revista, ligada aos Serões Literários das Cortes, durante as mais de duas décadas de vida da tertúlia, com destaque para o ano de 2015, em que a intenção de ‘dar à luz’ ACANTO ficou gravada, tendo 4 dos elementos transitado para o atual núcleo editorial: Paulo José Costa; Maria Celeste Alves; Luís Vieira da Mota; Carlos Fernandes – a quem cabe a apreciação dos poemas e textos submetidos. Ao grupo editorial se juntou o designer Paulo Fuentez, criador da identidade estética, imagem e grafismo da revista. Leia-se excerto do editorial: “[…] em versão de papel e em permanência no registo on-line, eleva a interligação da Poesia e da criatividade, a par dos inúmeros aspectos da herança comum proporcionada pela língua, na afirmação da exclusividade e relevância de um acervo da poética contemporânea. Para a edição on-line, poderão ser consideradas propostas provenientes de áreas distintas, mas contíguas à Poesia – Artes Plásticas, Design, Artes Visuais, Cinema, Multimédia, Música e Fotografia.” (p. 6). Os textos de recensão, ensaios ou outros de cariz mais ou menos académico, vão começando a aparecer timidamente desde o n.º 1, mas firmam-se nos outros 2 n.ºs. Fundamental é a assunção da ACANTO como independente dos poderes, sejam eles políticos, económicos, religiosos ou ideológicos, e a asserção dos critérios de rigor, isenção e inclusão.
Gostaria de deixar uma nota sobre a Tertúlia de dia 23 de outubro 2021, na Biblioteca Municipal de Leiria, em que se fez nova apresentação da ACANTO - Revista de Poesia (Volumes 1, 2 e 3) com um Serão Poético-Musical – do Projecto CASA-NAU – “Poesia e Música ao Anoitecer – Quando a Saudade e o Amor entoam” – constituído por Nuno Brito, Paulo José Costa, Beatriz Sá Vieira, Inês Sousa. Além das intervenções acústicas e despretensiosas criadas com base nos temas musicados a partir de Poemas da autoria de Poetas da Região (Carlos Lopes Pires, Paulo José Costa, Acácio de Paiva, Afonso Lopes Vieira), existiram momentos de declamação de Poemas (Carla Veríssimo, Cristina Nobre, David Teles Ferreira, Fernanda Costa, Fernando José Rodrigues, Isabel Soares e Maria Celeste Alves); representação de textos breves, coreografia ou representação expressiva - a cargo de Carlota Ribeiro - que, intercalada e inesperadamente, surpreenderam os presentes, transformando o momento num serão inolvidável e de festa. A apresentação foi de Carlos Fernandes. As palavras finais foram do diretor da ACANTO, Paulo José Costa, que apresentou o núcleo editorial, e do adjunto da Vereadora Dr.ª Anabela Graça, Dr. Pedro Cordeiro. É bom perceber que o Município de Leiria nunca deixa de estar ao lado / como parceiro da Cultura.