Opinião
Mesa de Cabeceira: Saco de gatos
No programa "Garantir Cultura", o não está sempre garantido
Enquanto que na Irlanda, por exemplo, os apoios ao cerro da Cultura (que foi, infelizmente total, por incapacidade de união da sua classe artística ), são de 130 milhões de euros, devidamente divididos e identificados por sectores, em Portugal fomos – e como Graça Fonseca, desaparecida em não-combate se gaba deste facto!!!- até aos 42 milhões, atirados à pressa para um saco de gatos que só serve para destabilizar, desunir e provocar a ansiedade e a injustiça na classe trabalhadora - cultural portuguesa.
Os produtos culturais irlandeses contribuem com cerca de 5,3% para o PIB anual.
Em Portugal ficamos pelos 3,9%. Não temos condições para mais!
As contribuições culturais irlandesas incluem megabandas como os U2, Westlife, e expressões como Rock Celta.
Aqui, andamos a discutir a língua do Festival da Canção e o que o José Cid diz no site do Blitz!
Se fizerem contas, 130 é o triplo do apoio, mas a comparação entre o contributo cultural/fiscal de um e de outro país não chega sequer ao dobro, na sua comparação directa.
No nosso saco cabe tudo: o experimentalismo dos teatros de Lisboa, o cinema de autor, os concertos com orquestra, o monologo do vaqueiro. Tudo a mesma merda, tudo dependente não da aprovação em “dez dias úteis”, mas de um sistema que nem dá peixe (ou se dá está podre), nem ensina a pescar, nem deixa ir ao mar.
Ainda por cima, o portal (Balcão 2020) nem sequer funciona, está sempre a “crashar”.
A “ajudar", os CAE não são aqueles, são outros.
E finalmente, se se desviarem um cêntimo que seja da esmola, levam com uma auditoria em cima, daquelas que nem a EDP, nem o Novo Banco levaram aquando dos seus “apoios”.
Muito mais fácil vender barragens ou “activos tóxicos” em Portugal que fazer teatro ou música.
Se houvesse eutanásia política, e dessa sou convictamente a favor, ela deveria ser aplicada à “ministra da Cultura”, Graça Fonseca, e a todo o seu staff burocrático, porque para além de terem assassinado a Cultura, ainda humilham o seu cadáver bebendo drinks de fim de tarde em cima da putrefacção que já o atinge.