Opinião

Música | Festivais para todos os gostos

8 fev 2020 20:00

Aí estão os cartazes dos festivais a saltar a toda a hora, com nomes mais ou menos consensuais.

Chegou, portanto, a hora de fazer contas à vida. E como não há fome que não dê em fartura – longe vão os tempos do “não se passa nada no nosso país” – selecionei uma série de festivais que considero obrigatórios (ou não) para as diferentes tribos que povoam este nosso território, que por este andar terá mais festivais de música por metro quadrado do que bailes, festas e romarias em agosto.

 

Tremor – São Miguel – 31 de março a 4 de abril

Aqui não há multidões a disputar um lugar na fila do Psicológico nem grupos em alvoroço. Há música a fazer curto-circuito, idealizada para os deslumbrantes espaços e paisagens envolventes. Mas também há entretenimento com a Lena d’Água e Ferro Gaita.

 

Festival Fusos – Alte – Algures em junho

O Festival que ainda pouca gente descobriu, onde a ideia é misturar a música com outras artes e oferecer ao público uma experiência, que ande ali entre o tradicional e o moderno. Tudo acontece em Alte, uma das mais belas aldeias do Algarve.

 

Primavera Sound – Porto – 11 a 13 de junho

Provavelmente o cartaz mais discutido da nação, com projetos que fazem furor no youtube e na crítica da especialidade versus bandas da velha e nova guarda indie. Este ano, o Primavera tem os Pavement, que só por si é o acontecimento do ano.

 

Rock in Rio – Lisboa – 20 a 28 de junho

O Festival de massas, da massa e do marketing. E da Ivete Sangalo. Toda a gente vai, mesmo quem não gosta – “também, o que fazer com os bilhetes que me deram lá no escritório? Olha, sempre se passa um serão animado em Chelas com o David Carreira!”

 

EDP Cool Jazz Fest – Cascais - julho

De vez em quando é bom estar atento ao cartaz, não vá aparecer por lá um David Byrne ou um Chris Isaak, mas normalmente é só carcaças do smooth jazz internacional para entreter alguma elite de Cascais. Nem quero imaginar o que será o concerto do Lionel Richie…

 

NOS Alive – Algés – 8 a 11 de julho

É o Benfica dos festivais, normalmente com o melhor plantel, e se os adversários querem este ou aquele artista, o Alive dá mais, e improvisa um concerto algures ou acrescenta um dia ao cartaz. Este ano com os Strokes e Kendrick Lamar prepara-se, novamente, para ser campeão.

 

Super Bock Super Rock – Meco – 16 a 18 de julho

O SBSR é uma espécie de Primavera Sound a sul, apostando em nomes da cena pop e hip-hop, juntando-lhe algumas bandas que andam por aí a encantar o universo indie. Este ano vão a jogo com A$AP Rocky como cabeça de cartaz. É parecido com o Primavera mais ou menos: não tem o conforto nem as francesinhas do festival do Porto.

 

FMM – Festival Músicas do Mundo – Sines – 18 a 25 de julho

Um festival onde há sempre um grupo musical a descobrir oriundo de um qualquer país longínquo. As músicas do mundo tomam conta de Sines há largos anos e já faz parte da agenda cultural nacional um pulinho a Sines. É como ter uma uma Expo 98 todos os anos, mas em versão neo-hippie.

 

Paredes de Coura – 19 a 22 de agosto

Provavelmente o melhor festival de música da Península Ibérica. Ali o cartaz nunca falha - não anda cá a reboque das Rosalías e o público pode comprar o bilhete no escuro, que pode sempre contar com o melhor pop-rock-punk-electro-lo-fi-funk-etc deste e de outro tempo. Era aqui que os Pavement e os Strokes deveriam estar.

Artigo escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990