Opinião
Nós e a Europa (IV)
A Europa envelhece e em 2030 estima-se que nenhum Estado-membro terá mais que 1% da população mundial.
Ainda mal refeita de uma crise económica e financeira importada dos EUA há 10 anos, a União Europeia vê-se a braços com a saída de um importante Estado-membro, o Reino Unido, que, de imediato, traz um rombo de 15 mil milhões ao seu curto orçamento comunitário.
Isso implica uma redistribuição de apoios financeiros para 2021, que está a gerar alguns rebuliços: mais dinheiro para inovação digital, segurança, defesa e controlo de fronteiras, mas cortes pesados na agricultura e nos fundos de coesão social.
Muitas outras questões dividem os Estados-membros, desde o alargamento à política de imigração e ao reforço dos poderes das instituições europeias. A Europa, desde os anos 80, defronta-se com um mundo cada vez mais multipolar.
A quota europeia no PIB mundial tem diminuído: 28% em 2004 e 24% em 2015. A quota da sua população na população mundial era de 11% em 1960 e de 6% em 2015.
A Europa envelhece e em 2030 estima-se que nenhum Estado-membro terá mais que 1% da população mundial, o que comprova o que venho dizendo que os Estados da União são todos pequenos, mesmo os que se julgam grandes.
O euro, que nasceu coxo (mas lá se vai endireitando) é a segunda divisa mundial (30% em 2017). Mas, tal como o dólar americano, vai perdendo posição relativa. Além disso tem ainda muito para andar para se ter uma verdadeira política monetária na UE.
Os níveis de desemprego diminuem, mas ainda são elevados. A União tem que duplicar as despesas de defesa até 2045, ou antes mesmo, se as actuais ameaças que se perfilam no horizonte não se desvanecerem.
Do lado bom da coisa temos que a UE é o maior doador de ajuda humanitária e continua a ser a sociedade mais igualitária do mundo. A maior parte dos “media”, sequiosos de desgraças e sensacionalismos, fala dos euro
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