Opinião
O divórcio do século XXI
O século XXI ficará para a história como o século do divórcio desse tão desejado casamento que teve e tem por trave mestra a concepção de um filho, o “euro”, que agora se vê foi concebido às cegas por cada um dos membros dessa desajeitada união.
Em Outubro de 1997 dei à imprensa o texto Um nascimento há muito anunciado ocorrerá a 1 de Janeiro de 1999. “Nesse dia a Europa dará à luz uma moeda, o euro, a unidade monetária da União Europeia. A mãe já se sabe quem é, é a velha, a velha Europa. O pai é que ainda ninguém sabe quem é, ou vai ser. Embora haja para aí uma rapaziada que, desde já, vai adiantando não ter quaisquer culpas no cartório, outros nem se importam que digam que ali há um espirrozito seu, outros querem mesmo que se diga que sim, que foi de facto com o seu mérito que a coisa pegou. Uma questão das mais intrincadas que já alguma vez a arrefecida Europa teve de resolver.”
Decorridas, praticamente, duas décadas volto a reflectir sobre o assunto e nessa esteira sou a dizer que, inelutavelmente, o século XXI ficará para a história como o século do divórcio desse tão desejado casamento que teve e tem por trave mestra a concepção de um filho, o “euro”, que agora se vê foi concebido às cegas por cada um dos membros dessa desajeitada união.
Porém, hoje todos dizem que não era bem isto que desejavam. Mas quem é de facto o pai? A mãe sabe-se que a contragosto é a Europa da União. O filho não é um “exposto“ mas assim está sendo tratado, todavia tem registados 28 cofecundantes, havendo sexuado em períodos diferentes, a partir do acto solene ocorrido na Holanda em 1992 por via do Tratado de Maastricht.
*Mestre em Gestão
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