Opinião
Será desta Leiria?
As últimas semanas têm sido de alguma esperança
Muitos temos vindo ao longo dos anos a sinalizar o esquecimento dos vários governos para com a região de Leiria, ainda por cima quando é referenciada pela sua grande dinâmica, onde a sociedade civil não espera pelos apoios públicos para fazer aquilo que lhe compete.
Coisa diferente é quando começamos a falar de competências do Estado que reiteradamente vão ficando para as calendas, e onde importava, pelo menos, acompanhar a dinâmica da região.
Por isso, as últimas semanas têm sido de alguma esperança, parecendo que talvez Leiria possa vir a beneficiar com decisões apresentadas, relativamente às opções para o investimento público.
Primeiro, foi a notícia de que a Avaliação Ambiental Estratégica tendo em vista a escolha da localização no novo aeroporto da região de Lisboa vai ter em conta várias opções, sendo uma delas a possibilidade de Santarém, recentemente conhecida como de interesse para um grupo privado.
Não significando mais do que isso, uma opção a considerar no referido estudo, não deixa de ter a sua relevância, quando quase tudo parecia apontar para a escolha pela margem Sul, pelo que ficamos todos com muito mais vontade de acompanhar este processo.
Na última semana o governo deu a conhecer o projecto de alta velocidade para o nosso País, que se irá desenvolver em três fases, tendo como objectivo final ligar o Porto a Lisboa em 1h15m (hoje a sua duração é de 2h49m).
A primeira fase deste projecto, o troço entre Porto e Soure, deverá ficar concluído em 2028, sendo o segundo troço entre Soure e o Carregado, com concretização prevista para 2030, ficando para último a ligação a Lisboa.
A boa nova é sem sobra de dúvida a passagem por Leiria do projecto de alta velocidade, com todas as vantagens que daí advirão nas ligações por ferrovia do nosso distrito às duas principais cidades portuguesas, Lisboa e Porto.
Apesar de ser para um horizonte de quase 10 anos e de já termos ouvido várias vezes estas apresentações sem que nada de novo aconteça, esperemos que esta “revolução”, assim designada pelo ministro Pedro Nuno Santos, seja mesmo para avançar, mesmo neste ainda longínquo horizonte.
Saúdo, também, com muita satisfação as declarações do novo presidente do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), Carlos Rabadão, na sua tomada de posse, onde salientou que “após 40 anos de existência do IPL, defendo que reunimos hoje as condições para nos afirmarmos como universidade.
Uma universidade completa que, para além do ensino politécnico, ministre também o ensino universitário, à semelhança do que acontece em algumas universidades portuguesas, podendo outorgar todos os graus académicos previstos na lei”.
Há vários anos que toda a região defende e apoia esta esperada, e necessária, evolução, não por qualquer motivo de simples presunção, mas como reconhecimento do elevado nível do trabalho desenvolvido por este instituto, que o coloca entre as melhores instituições de ensino superior em Portugal.
São por isso muito significantes estas declarações de entrada do novo presidente, fortes e objectivas, sem quaisquer ambiguidades, esperando que toda a região continue esta luta para que seja possível concretizar esta intenção, pois seria, sem dúvida, mais uma excelente notícia para o distrito de Leiria.