Editorial
Sono, luxo dos tempos modernos
Hipertensão arterial, doença cardiovascular, diabetes, obesidade, cancro, Alzheimer, acidentes de trabalho e de viação e morte mais precoce são algumas das referidas pelos especialistas.
Os portugueses dormem menos do que o necessário. E o pouco que dormem, dormem mal.
A Covid-19 veio agravar um cenário que já era preocupante e que tenderá a agravar-se.
A pandemia reforçou o sedentarismo, a utilização excessiva de computadores e telemóveis, para trabalhar, para estudar e até para socializar, alterando as rotinas de descanso de muitos de nós. Passámos a deitar-nos e a levantar-nos mais tarde. E, em muitos casos, a descurar o excercício físico.
A isto junta-se a preocupação e a ansiedade quanto ao futuro. Dificuldades em adormecer, despertares nocturnos, insónias passaram a fazer parte das noites de muitas pessoas. Mas a dimensão exacta dos estragos no descanso e na saúde ainda está por aferir, apontam os especialistas ouvidos nesta edição.
Uma noite mal dormida, ou duas, ou três, “não faz mal a ninguém”, como lembra a neurologista Teresa Paiva. O problema é quando a privação de sono se torna estilo de vida, quando cronicamente se dorme menos do que o necessário. E 20% dos portugueses padecem deste mal.
Numa sociedade que tende, cada vez mais, a valorizar a produtividade laboral, a correria, o fazer tudo na hora, a ideia de reservar oito horas de um dia – cujas 24 horas em certas ocasiões daria jeito esticar – parece um desperdício, um luxo ao alcance de apenas alguns.
Um paradigma que urge mudar, porque dormir pouco, e mal, durante anos a fio tem consequências. Hipertensão arterial, doença cardiovascular, diabetes, obesidade, cancro, Alzheimer, acidentes de trabalho e de viação e morte mais precoce são algumas das referidas pelos especialistas.
A pouco mais de seis meses das eleições, é muita ainda a indefinição em torno dos candidatos às câmaras.
PS e PSD são os únicos partidos com nomes anunciados, com os sociais-democratas a levar a dianteira, tendo já dez dos 16 cabeças-de-lista aprovados pelos órgãos concelhios e distritais e sete já ratificados pela comissão nacional.
É em Leiria que se regista a maior indefinição. Não existe qualquer candidatura anunciada, mas é praticamente certo que Gonçalo Lopes avançará pelo PS.
A decisão só será oficializada pela comissão política concelhia no próximo dia 25.
Do lado do PSD, a indefinição é total. Este sábado haverá plenário de militantes da concelhia, onde é esperado que seja indicado um nome, que terá depois de ser aprovado pela distrital e homologado pela nacional, a quem cabe a palavra final.
Esperemos que as escolhas recaiam em candidatos que possam colocar o serviço público e a representação das populações como prioridade.