Opinião
Sousa Lopes no Museu de Leiria
Entre as imensas obras, Adriano Sousa Lopes é o autor do projeto (1944) das sete pinturas parietais patentes no Salão Nobre da Assembleia da República
Depois de uma primeira exposição na caixa-forte do edifício do antigo Banco de Portugal (BAG – Banco das Artes Galeria), em 2023, agora é possível ver uma exposição, muito mais completa, com cerca de 100 obras do artista leiriense Adriano de Sousa Lopes (1879–1944), no Museu de Leiria, patente até dezembro de 2026.
Sousa Lopes nasceu no dia 13 de fevereiro de 1879, no Vidigal. Foi um dos mais destacados pintores oriundos da Academia de Belas Artes (Lisboa) e da École Nationale des Beaux-Arts (Paris). Patenteou, por diversas vezes, as suas obras no “Salão de Outono” (“Salon d’Automne”), na cidade Luz e fez a sua primeira exposição individual na Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa), em 1917, ano em que esteve na Primeira Guerra Mundial como artista oficial do Corpo Expedicionário Português, em França.
No ano seguinte instalou-se nos arredores de Versailles e fez esboços sobre a Grande Guerra, como “Os Very-Lights” (água-forte e água-tinta sobre papel, 1918), obra icónica e representativa da sua passagem pela linha de fogo das trincheiras, que está em destaque na exposição e no panfleto explicativo e promocional desta exposição.
Adriano de Sousa Lopes, em 1919, foi agraciado com o Grau de Cavaleiro da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada e em 1923 expôs em Paris. Viajou pela Europa e Norte de África e na década de 20 assumiu a direção do Museu Nacional de Arte Contemporânea (Lisboa). Deixou uma obra ímpar.
Entre as imensas obras, Sousa Lopes é o autor do projeto (1944) das sete pinturas parietais patentes no Salão Nobre da Assembleia da República.
Com influência da pintura italiana, acabou por pintar apenas uma das sete obras, no ano em que faleceu (21 de abril de 1944) – “Infante D. Henrique” – tendo as restantes sido pintadas entre 1944 e 1945, obedecendo ao projeto inicial, pelos pintores Domingos Rebelo (1891-1975), açoriano, e Joaquim Rebocho (1912-2003), algarvio.
Texto escrito segundo as regras do Novo Acordo Ortográfico de 1990