Editorial
Tempos de poupança
Em tempo de guerra, de escalada da inflação e de crise energética, a prudência aconselha poupança e é isso que os municípios se propõem fazer
O desafio foi lançado pelo Governo em Setembro, em forma de recomendação, e está a ser aceite pela maioria das câmaras municipais da nossa região. Este ano, as ruas das vilas e cidades vão estar menos iluminadas no período do Natal, ou, pelo menos, as decorações natalícias vão brilhar durante menos horas.
Em tempo de guerra, de escalada da inflação e de crise energética, a prudência aconselha poupança e é isso que os municípios se propõem fazer, ao reduzirem o investimento em iluminações de Natal, limitarem o período de funcionamento, ou, em alguns casos, abdicarem mesmo das ornamentações. No ano passado, recorde-se, os gastos em iluminação e animação natalícia em pelo menos nove concelhos da região ascenderam a perto de 1,5 milhões de euros, com Leiria a liderar o grupo.
Ao investir cerca de 500 mil euros no programa de celebração da quadra, o município leiriense atingiu mesmo o primeiro lugar na lista das autarquias que mais gastaram a nível nacional. Para este ano, ainda não foi tomada uma decisão, mas o presidente da câmara da capital de distrito admitiu que será feita uma redução de investimento, tendo em conta a necessidade de poupar.
E, já que se fala em poupança, esta semana, a Câmara Municipal de Leiria anunciou a intenção de construir o tão reclamado e desejado pavilhão na cidade de Leiria, mas com menos área e mais barato do que o que chegou a estar previsto há uns anos. Segundo o executivo, a nova proposta para a infraestrutura de apoio à prática desportiva, e à realização de eventos culturais e económicos, “representa uma poupança de 14 a 17 milhões de euros face à anterior proposta, que, a preços actuais, custaria entre 20 e 25 milhões de euros e sacrificava 830 lugares na zona desportiva contra os 240 da actual proposta”.
Ainda assim, nada está decidido em definitivo. É que a seguir à apresentação dos resultados do Estudo de Análise e Implantação de Equipamentos Desportivos, a autarquia fez saber que pretende avançar com mais um estudo, este para auscultar o movimento associativo, cultural e económico do concelho, “para a definição do tipo de pavilhão a desenvolver”.