Opinião
Tudo louco!
Fecharam os nossos trabalhos encerrando-nos em casa e ensinaram-nos como agir para que nos mantivéssemos saudáveis.
No mundo em que vivemos só existem loucos.
Na verdade já se sabia, só que agora, nesta nova realidade, nota-se muito mais!
Até aqueles que nos pareciam portadores de bom-senso e a quem facilmente nos habituámos a dar crédito, perdem, em determinada altura, a razão e descem ao nível dos outros loucos normais.
Mas são esses, os que deveriam ser arquétipos de uma nova sociedade à procura de estabilidade, de credibilidade e de líderes com verticalidade que fossem verdadeiros exemplos, os mais perigosos e também os mais ridículos porque as suas decisões e atitudes são amplamente monitorizadas pelos média, dando-lhes eco em toda a parte.
E, por isso, dão mais nas vistas que os outros loucos "anónimos" e "sem voz".
Nos últimos tempos tivemos três ou quatro exemplos disso mesmo, de uma vergonhosa (e descaradíssima) perda de sensatez em que até um louco analfabeto como eu reparou.
Os loucos no poder pediram-nos que fizéssemos uma série de sacrifícios em prol de nós e dos outros para que, assim, salvássemos a nossa espécie.
Fecharam os nossos trabalhos encerrando-nos em casa e ensinaram-nos como agir para que nos mantivéssemos saudáveis.
A maioria dos loucos seguiu à regra e assim fez. E assim continua a fazer!
Mas, ao que parece, é preciso voltar a uma certa normalidade porque os mercados financeiros, o poder do futebol, a política de cartilha e a virgem maria assim o querem.
E é aqui que começa o fartote de risada: no futebol arranjam dois autocarros e dois balneários a cada equipa para que os jogadores mantenham as distâncias sociais antes de entrarem em jogo a cuspirem-se uns aos outros num frenesim de gafanhotos e orgias de suor.
Proíbem-se os festivais de música (e bem, na opinião deste vosso humilde louco que até organiza alguns) mas abrem-se excepções caso os organizadores desses festivais (perdão, "festas"!) pertençam a partidos que ajudam o governo a ter uma legislatura estável.
E aqui, neste particular, como se está a notar, a rectidão termina quando lhes pisam os interesses e o PCP, afinal, não é diferente dos outros partidos.
E até arranjam os mais variados "truques" para justificar o injustificável.
A grande aglomeração de pessoas gera potenciais focos de propagação de Covid- 19.
Até inventarem uma vacina a nossa vida não pode ser igual ao que era. E isto, qualquer louco sabe...