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X Extramuralhas arranca nas Capelas Imperfeitas da Batalha
Música | O Festival Extramuralhas está de volta e estende a sua garrida presença de negros tons ao majestoso – e gótico – Mosteiro da Batalha. Com um cartaz à prova do mais exigente melómano, a música alternativa será a rainha em Leiria nos próximos
O último fim-de-semana de Agosto, por terras do Lis, é como o algodão. Não engana. O Extramuralhas/Entremuralhas está de volta, para mais uma edição fora do ventre protector das ameias do castelo gótico de Leiria, em obras nos próximos anos.
A qualidade musical e de performance a que nos habituou desde há dez edições mantém-se, apesar de ter deixado o seu ninho de águias, e promete tomar conta da cidade entre 29 e 31 de Agosto.
Catorze bandas internacionais – ver mapa - sobem aos palcos de um percurso urbano de festival, que serpenteia entre o Museu de Leiria, a montante do rio Lis, até à Stereogun, a jusante, passando pelo romântico Jardim de Camões e pelo contemporâneo Teatro José Lúcio da Silva (TJLS).
“Como não fazia sentido um festival gótico não ter qualquer expressão desse estilo arquitectónico, este ano, o concerto de abertura do X Extramuralhas com os Ashram, será hoje, dia 29, às 17 horas, nas Capelas Imperfeitas do Mosteiro da Batalha, onde estaremos rodeados desses traços arquitecturais”, enfatiza Carlos Matos.
O presidente da Fade In – Associação de Acção Cultural, de Leiria, organizadora do evento, em conjunto com a autarquia, explica que o primeiro acto do festival aconteceu na terça-feira com a inauguração de Black for Love, exposição de roupa de alta costura, assinada por Cecília Póvoas, no TJLS. “É uma das curiosidades deste ano.”
Outro ponto de interesse do X Extramuralhas, prende-se com um dos concertos previstos para o TJLS. Aliás, serão, na verdade, dois espectáculos na mesma noite.
“Na sexta-feira, os Siglo XX vão dar o último concerto de sempre e escolheram Leiria para o fazer. E, na mesma ocasião, os Test Dept resumem uma carreira interrompida há 27 anos, com o primeiro concerto desde o início da interrupção e após terem renascido com Disturbance, o seu novo álbum”, explica Carlos Matos.
Concertos concorridos
O X Extramuralhas convidou, para este ano, colectivos da melhor música alternativa mundial, oriundos da Bélgica, Canadá, Estados Unidos da América, França, Hungria, Inglaterra e Suécia. E se é fã da banda norte-americana She Wants Revenge, com toda a certeza saberá que esse concerto, que acontecerá no TJLS, no dia 31, está esgotado há muito tempo.
Os ingressos para os restantes, nesse espaço, também foram muito concorridos. No Jardim de Camões, haverá ainda a já tradicional feira com produtos alternativos, como roupas ou discos, e actividades complementares.
Depois dos concertos dos canadianos Actors, hoje, quinta-feira, dos italianos The Lust Syndicate, amanhã sexta-feira, e dos também canadianos Traits, no sábado, o palco da Stereogun receberá afterparties com os dj Exploding Boy - She Pleasures Herself e Peregrino - Pedal de Distorção, (dia 29), Pedro Morcego – Phantom Vision e Alpha – Bizarra Locomotiva (dia 30), e Yggdrasil e Helen Cat, ambos dos Graveyard Thrills (dia 31).
Leiria menos conservadora Eça de Queirós descreveu Leiria como uma cidade mortiça, tradicional e conservadora. Recordando os episódios de 2018, relativos à censura por parte de algumas figuras, da cidade e da Igreja, a um espectáculo de dança contemporânea do festival Metadança, que impediu a realização de um concerto intimista do próprio Extramuralhas no Centro de Diálogo Intercultural de Leiria, projecto cultural instalado no espaço dessacralizado da antiga Igreja da Misericórdia, dir-se-ia que pouco teria mudado.
Porém, não é essa a opinião de Carlos Matos. O organizador do festival gótico acredita que o evento ajudou “as pessoas a relacionarem-se com o alternativo e o diferente&
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