Opinião
Verdade dos números e Isabel II
A inflação na Europa “retirou” em média um salário a cada cidadão
Os líderes europeus e nacionais mentem e destorcem a realidade diariamente.
Somos constantemente bombardeados por uma comunicação social, de qualidade muito duvidosa, que diz estarmos em tempos de guerra e escassez, o que felizmente é falso.
Basta olhar para os lucros das principais cotadas nacionais. As empresas do PSI 20 tiveram no primeiro semestre de 2022 lucros semelhantes a todo o ano de 2021, mais de dois mil milhões de euros.
Na Europa a situação é idêntica. A principal economia europeia, a Alemanha, bateu recordes de lucro com valores histórico de 203 mil milhões de euros.
As 40 maiores empresas francesas apresentaram lucros recordes de 170 mil milhões euros.
Era de esperar que os europeus estivessem a viver melhor devido a toda esta prosperidade económica, infelizmente a realidade que todos enfrentamos é muito diferente.
A inflação na Europa “retirou” em média um salário a cada cidadão.
Se ainda formos somar a subida das prestações via subida dos juros não é difícil prever uma recessão profunda e prolongada que fará os pobres mais pobres e os ricos ainda mais ricos.
Como a Europa tem respondido a esta situação?
Aumentado as taxas de juro e pouco mais… a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, é fraca e incompetente e tirando as suas viagens a Kiev e os seus discursos vazios pouco ou nada faz.
Para Von der Leyen a culpa de todos os problemas no mundo é Putin e a sua guerra na Ucrânia. Como tudo é mais fácil assim…
Infelizmente, em Portugal a resposta do governo é ainda mais dececionante.
O grande ilusionista, António Costa, cortou as reformas e os salários reais e anunciou um “apoio” de 10 euros por mês quando a receita fiscal nunca foi tão grande….
Em Portugal, como no resto da Europa, temos políticos fracos, incompetentes e que representam os interesses dos mais poderosos.
Cabe aos Estados proteger os mais necessitados, quem trabalha e garantir a dignidade essencial que todos os seres humanos merecem.
Não cabe os Estado proteger acionistas, corporações, partidos políticos e a concentração de riqueza.
Termino citando Pedro Tadeu sobre a novela em torno da morte da monarca inglesa: "Esta cumplicidade com a monarquia britânica que tantos jornalistas portugueses proclamam, mesmo inconscientemente, é conivente com a ideia de retirar poder aos mais fracos para fortalecer o poder dos mais fortes… vivo bem sem a rainha Isabel II, uma pessoa respeitável e com evidentes méritos, mas que foi peça de um mecanismo de perpetuação de privilégio da classe aristocrática o que, para mim, é inaceitável por ser a eternização de um sistema onde uma parte da humanidade, por direito de linhagem, explora outra parte da humanidade. Isso chama-se injustiça.”
Mais claro é impossível, obrigado Pedro.
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990