Sociedade

41 furtos de catalisadores em mês e meio

24 set 2021 14:04

Metal precioso alicia assaltantes

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A tentativa e o furto de catalisadores não foi travada com a Operação Carbono, que se desenrolou em Santarém, Porto, Leiria e Coimbra, no final do mês de Junho, e que culminou na detenção de sete suspeitos.

Na tarde deste sábado, a esquadra de Caldas da Rainha da PSP deteve em flagrante delito um homem de 49 anos e uma mulher de 22 anos, quando tentavam furtar o catalisador de uma viatura.

Os polícias receberam um telefonema a denunciar o ilícito e de imediato foi montado um dispositivo no terreno, que permitiu interceptar os agora suspeitos junto de um carro, cujo catalisador já se encontrava serrado, refere uma nota de imprensa.

Após uma busca no interior da viatura onde os detidos - que assumiram o crime e estão referenciados com este tipo de ilícito - se faziam transportar foi encontrado diverso material utilizado para a prática destes crimes.

Desde o dia 4 de Agosto até ao dia 21 de Setembro, o Comando da PSP de Leiria registou 41 ocorrências de furto ou tentativas de furto de catalisadores de veículos automóveis. Só num mês e meio há cerca de metade dos furtos registados nos primeiros sete meses de 2021, segundo dados da PSP, que contabilizou 82 participações. Este número já representava um acréscimo de 14 furtos face a 2020.

“Haverá um mercado ilícito de aproveitamento destes resíduos”, afirmou em conferência de imprensa António Rodrigues dos Santos, do Departamento de Investigação Criminal da Direcção Nacional da PSP, aquando da Operação Carbono, ao explicar que aqueles metais preciosos, como a platina, o paládio e o ródio, podem chegar a valer cinco vezes mais do que o ouro.

Segundo disse uma fonte policial ao JORNAL DE LEIRIA, estes metais estão presentes em determinados modelos e em veículos mais antigos, pelo que são estes os principais alvos de diferentes grupos que estão a furtar os catalisadores.

“Os diversos autores relacionam-se entre si”, no âmbito de uma rede a nível nacional em que os furtos são geralmente realizados por “operacionais com dependência de drogas”, enquanto os intermediários podem ser “sucateiros ou oficinas de automóveis”. “Há uma grande ligação entre os autores”, nos quais se incluem cidadãos portugueses e “grupos de outras nacionalidades”, referiu António Rodrigues dos Santos.

O número

123

Só na área de influência do
Comando Distrital da PSP de
Leiria, foram registados, até 21
de Setembro, 123 furtos ou
tentativas de assaltos a
catalisadores de veículos. Os
agentes conseguiram travar
algumas das tentativas graças à
denúncia de cidadãos que se
aperceberam do ilícito