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A Porta convida-nos a reabrir os lugares onde fomos felizes
De regresso à Rua Direita, o festival junta música, artes plásticas, actividades para crianças, oficinas e comércio sustentável. E revisita o orfeão velho e a antiga pousada da juventude
Como se fosse a primeira vez, A Porta volta a instalar- se no centro histórico de Leiria, entre 12 e 19 de Junho.
No regresso ao território onde já foi feliz, a Rua Direita, retoma o formato original e coloca em primeiro plano algumas figuras da zona mais antiga da cidade: a Estrela da Tasca 7, o senhor Ferreira da mercearia, a dona Ana da chapelaria Fonseca, o Abel do Porto Artur, o colectivo do Atlas, o Massimo da geladaria Fior di Latte e o Manel dos Filipes, escolhidos para cabeças de cartaz na comunicação do evento.
Surgem, nas redes sociais, em vídeos com outras duas estrelas, o Palhas e o Esfregona, símbolos para o que é, desde o instante zero, o impulso que determina o festival: reocupar, reanimar, reviver.
O momento inicial ocorre já este domingo, pelas 17:30 horas, com a inauguração da exposição colectiva Casa Plástica na antiga pousada da juventude, onde, às 21:30 horas, há concerto do pianista e compositor Daniel Bernardes e, das 22 horas em diante, actuam Salvador Sobral e André Santos.
Depois de um interregno em 2020 e de uma edição maioritariamente realizada na Villa Portela em 2021, o sétimo festival A Porta, apoiado pelo JORNAL DE LEIRIA, acontece na Rua Direita e zonas adjacentes, no Parque do Avião, no Jardim Luís de Camões e na discoteca Stereogun.
A reabertura temporária da antiga pousada da juventude, um edifício fechado há 10 anos, promete revelar o ambiente mágico de um jardim interior recuperado pela organização com o apoio da InPulsar, em três semanas a remover lixo e a melhorar o contexto. Não é o único imóvel para revisitar. Encerrado em 2010, o chamado orfeão velho, na Rua Latino Coelho, perto da Sé, abre a 18 de Junho, um sábado, para acolher música ao vivo e o Bazar Circular dedicado ao comércio sustentável.
Em 2022, A Porta convida a descobrir mais de 40 acções para todas as idades (oficinas, teatro, contos, pintura, dança, desenho, escultura) e mais de 30 concertos, além de vários mercados e ainda jantares abertos a desconhecidos em casas particulares de famílias.
A maioria das actividades concentra-se no fim-de-semana de 18 e 19 de Junho. Sábado com a Rua Direita como epicentro, domingo no Parque do Avião. Algumas são pagas e outras implicam inscrição, através do site 2022.festivalaporta.pt.
De volta ao conceito que lhe deu nome, “em constante diálogo com espaços, pessoas e projectos que habitam a zona central da cidade”, conforme se lê logo no arranque da primeira nota de divulgação, o festival invade as ruas do centro histórico de Leiria, ocupa lojas vazias, mistura-se com o Atlas, o Habitat, o Antro, a LuziClara, o Yellow, o Café Central, a sala do Te-Ato, a Chapelaria Liz, a Chapelaria Fonseca, a Mercearia Ferreira, a Taberna da Praça e o Chico Lobo e estica-se num abraço que inclui o Centro Cívico, a Igreja da Misericórdia, a Biblioteca Municipal e o Terreiro.
Desde 2014, sucessivamente, A Porta tem despertado a atenção da comunidade para o potencial de edifícios como aquele onde funciona agora o bar e restaurante Atlas, o imóvel actualmente em fase de reabilitação na Rua Direita junto à LuziClara, a Casa do Arco num dos cantos da Praça Rodrigues Lobo, as antigas instalações da EDP na Ponte Hintze Ribeiro e, em 2021, a Villa Portela. Estes e outros, sempre com o intuito de “dar-lhes uma nova vida, uma nova perspectiva”, lembra Miguel Ferraz, da organização, no texto publicado há uma semana pelo JORNAL DE LEIRIA.
Entre 12 e 19 de Junho, renova-se o desafio que o festival convoca: um “apelo ao pensamento e à participacao cívica, que sirvam de mote para uma reflexão maior em torno do papel de cada um no desenvolvimento cultural e social da cidade”.
Salvador Sobral, Club Makumba, Titica e Sean Riley entre mais de 30 concertos
Os primeiros concertos do festival A Porta em 2022 acontecem já hoje, 12 de Junho, ambos no jardim interior da antiga pousada da juventude de Leiria, no Terreiro. Os bilhetes custam 15 euros.
O pianista e compositor Daniel Bernardes abre o palco às 21:30 horas, antes da actuação de Salvador Sobral e André Santos, agendada para as 22 horas.
Na quarta-feira, 15 de Junho, também na antiga pousada da juventude, há espectáculos de Pedro Branco e de Jero com Rui Gaspar, e, na Stereogun, apresentam-se Lil Mami Barbz e Jaime Miguel, de Leiria, com a sessão Partimento (Progressivu x DJ Adamm) a fechar a noite.
Entre 12 e 19 de Junho, o festival A Porta organiza mais de 30 concertos, maioritariamente gratuitos, que trazem a Leiria bandas e artistas como Club Makumba, Sereias, Ryder The Eagle ou Blu Samu.
São vários os nomes com ligações à cidade: Sean Riley & The Slowriders, Moon Cowboy (Ricardo Fiel, fundador dos Phase), All Them Lucky, Natércia Lameiro e as estreias ao vivo de Sfistikated (projecto de João Marques dos First Breath After Coma e Roberto Oliveira dos Whales) e do espectáculo desenhado por Luís Jerónimo e Rui Gaspar para o disco 10, da Omnichord.
No cartaz de música encontram-se também Fugly, Lince, Bia Maria, Catarina Branco, Melquiades, Odete, Muco, Meta_, Silvino Branca, Musas do Absurdo, Éme e Moxila, Sreya, Manel Ferreira, Travo e Benjamim Piat.
Num regresso às festas e ao clubbing, o festival A Porta prevê em 2022 sets da dupla Trigo & Moço e do colectivo Surto e uma noite da responsabilidade do trio Musiqu3.
Carimbos humanos e mãos na terra
Casa Plástica
Cinco artistas ocupam a antiga pousada da juventude
1001 Portas
Magia cómica, caiaques no rio e arte para todos
Feira Bandida, Bazar Circular e Mercado Maroto