Sociedade

Águas subterrâneas minimizam seca na região

9 nov 2017 00:00

Ao todo, 100% do território está em seca – 24,8% em seca severa e 75,2% em seca extrema -, contudo, segundo a APA, Leiria e a sua região, embora em situação de seca extrema, devido à existência de reservas subterrâneas, não são consideradas problemáticas.

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Jacinto Silva Duro

"Na região de Leiria, a maior parte da água para consumo humano é captada no subsolo, não dependendo de albufeiras. Nessa zona está localizado um dos mais importantes maciços onde a água tem melhor qualidade e quantidade. Gostávamos que o resto do País tivesse uma situação como a de Leiria", afirma o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), António Sequeira Ribeiro, contactado pelo JORNAL DE LEIRIA.

Não obstante, o Governo e as autarquias estão a adoptar medidas de redução de consumo de água e a alertar o público para a necessidade de fazer um uso racional do mais precioso dos líquidos.

A APA, no relatório Balanço do Ano Hidrológico 2016/2017 - Disponibilidades Hídricas, identifica a Maceira, nas bacias das Ribeiras do Oeste e do Lis, como crítica e a zona de Pousos-Caranguejeira, na Bacia do Lis, como estando "sob vigilância", no que se refere aos níveis piezométricos, a quota de água disponível nos aquíferos.

Desde Maio que, no caso das águas subterrâneas, houve um aumento das zonas críticas e das zonas em vigilância em todo o País (ver infografia). “Leiria tem uma situação muito melhor do que o resto do País", reforça António Sequeira Ribeiro.

De Abril ao 9.º mês do ano, 2017 foi extremamente seco e o valor médio da temperatura – 27,7º C – foi o mais alto desde 1931. Relativamente à precipitação, todos os valores mensais foram inferiores ao normal, sendo o segundo semestre mais seco desde 1931.

Apesar da oração por chuva pedida aos padres, pelo cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, os céus continuam sem se compadecer com a fé dos homens. A chuva teima em não cair em quantidade suficiente para resolver a seca que foi decretada em Junho deste ano, após, no ano passado, se ter assistido a uma situação semelhante de carestia de precipitação.

Além disso, o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA) prevê que, nos próximos dias, se continuarão a registar valores de precipitação abaixo do normal. Embora com menos água, situação no Oeste controlada

Depois do flagelo dos fogos, o Governo tem agora um novo problema em mãos e admite que as restrições ao uso de água, aplicadas no Verão aos concelhos mais secos, poderão ser alargadas a todo o País.

Estas restrições vão incidir sobretudo na rega de jardins, no abastecimento de fontes ornamentais e no enchimento de piscinas. Em Outubro, as albufeiras da zona Oeste