Viver
Ai! Flores do Verde Pino
Pinhal Real de Leiria. Os pinhais da região foram fonte de inspiração de mitos da nossa nacionalidade, foram blocos da construção da nossa identidade colectiva e lira e centelha para cantigas de amor e amigo, para versos, estrofes e sonetos e até hip hop
Nos dias 15 e 16 de Outubro, o Pinhal de Leiria, também conhecido como Pinhal do Rei, e a maior parte das matas nacionais do Urso e do Pedrógão, desapareceram em menos de 24 horas.
Da “catedral verde”, como lhe chamou o poeta Afonso Lopes Vieira, velha de sete séculos de história, inspiradores de mitos e lendas, sobrou pouco mais do que um extenso manto cinza e negro, no local onde os viçosos pinheiros beijavam o oceano e escreviam versos no vento.
No mundo das letras conseguimos encontrar várias referências ao grande pinhal que, em tempos, se estendeu, continuamente, da zona saloia de Lisboa à foz do Mondego. Destacamos aqui algumas peças e autores. na construção das naus dos Descobrimentos.
E, séculos antes, Camões só se “esqueceu” de ligar o pinhal ao rei-poeta e à expansão que deu novos mundos ao Mundo, porque o mito associado a estas ideias só seria criado no final do século XIX, quando brotaram histórias fabulosas, destinadas a engrandecer as figuras da construção de Portugal.
Naturalmente, o poeta do século XVI, que tanto vangloriou a epopeia das gentes da Ocidental praia Lusitana, não o podia conhecer. Historiadores e botânicos como Jorge Paiva, revelam que as naus dos Descobrimentos foram construídas com outra matéria-prima da região de Leiria, principalmente com as florestas de carvalho, castanho e sobro das Serras de Aire e Candeeiros e da zona que agora dá pelo nome de Pinhal
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