Sociedade
Alunas da Secundária Rodrigues Lobo investigam poluição das suiniculturas
“Ninguém queria autorizar- nos a recolher amostras dos sistemas de lagunagem existentes nas explorações, mesmo com a garantia de que seria anónimo."
Clara Nogueira, Daniela Fernandes e Rita Ferreira, alunas do 12.º ano da Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, detectaram valores de poluição acima dos permitidos por lei numa suinicultura de Leiria, no âmbito de um trabalho realizado para a disciplina de Biologia e apresentado no I Encontro de Jovens Investigadores, que decorreu na quinta-feira no Centro de Interpretação Ambiental.
Com o tema do tratamento dos efluentes na ordem do dia, as alunas optaram por trabalhar a sustentabilidade ambiental da conservação e produção de alimentos na área das suiniculturas, o que se traduziu numa tarefa mais complicada do que o esperado.
“Ninguém queria autorizar- nos a recolher amostras dos sistemas de lagunagem existentes nas explorações, mesmo com a garantia de que seria anónimo. Estivemos quase a desistir”, conta Rita Ferreira.
Depois de conseguirem uma resposta positiva, as jovens deslocaram- se ao local, onde recolheram amostras de água da última lagoa do sistema de tratamento de dejectos próprio da suinicultura antes de ser feita a descarga para o rio.
No teste de carência de bioquímica de oxigénio (que avalia a quantidade de oxigénio libertado pelas bactérias) o valor detectado nas análises realizadas nos laboratórios da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), do Instituto Politécnico de Leiria, está acima do permitido por lei.
“O valor máximo é de 40 miligramas por litro, mas registaram-se 59 miligramas por litro. Ou seja, a matéria orgânica presente faz com que essa água nunca deveria ser debitada directamente no rio, pois tem um grande impacto”, explica Daniela Fernandes.
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