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Artesanato, artes populares e música valem a Caldas e Leiria título de cidades criativas da UNESCO (em actualização)
Caldas da Rainha e Leiria são as novas cidades portuguesas incluídas na rede mundial de Cidades Criativas da UNESCO. O presidente da Câmara de Leiria considera que aumentou a responsabilidade na área da música.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) anunciou hoje 66 novas cidades que passam a integrar a sua Rede de Cidades Criativas, entre as quais Caldas da Rainha e Leiria. A primeira localidade elaborou uma candidatura assente no seu artesanato e artes populares, enquanto que a segunda, concorreu pela música.
Gonçalo Lopes, presidente da Câmara de Leiria, considerou que Leiria ser um concelho que integra a rede de Cidades Criativas da Unesco da música aumenta a responsabilidade nesta área.
"Hoje é um dia muito importante para a cultura de Leiria”, pois “vê reconhecido a importância da música a um nível internacional”, o que “aumenta a responsabilidade para o futuro para honrar esta distinção de fazer parte de uma rede de excelência, sob a chancelaria da UNESCO”.
“Esta candidatura foi uma grande aposta da cidade de Leiria, que mobilizou equipas técnicas e especialistas, envolvendo todos os agentes culturais da região, desde ranchos folclóricos, a grupos musicais, maestros, música tradicional e contemporânea. Todo este ecossistema musical é um dos mais ricos de Portugal, o que se comprova com esta distinção”, sublinhou o autarca.
A candidatura de Leiria a Cidade Criativa da UNESCO da música assumiu em Julho ter apenas "1% de esperança" na designação, apesar de estar entre as quatro finalistas nacionais para integrar a rede, indicadas pela Comissão Nacional daquele organismo.
A coordenadora da candidatura, Celeste Afonso, reconheceu que o entusiasmo "arrefeceu" depois de ter sido comunicado que, em 2019, cada país poderá ter apenas duas cidades escolhidas.
O presidente admitiu que “havia a consciência de que era uma decisão difícil, porque Portugal tinha outras cidades e candidaturas”, mas Gonçalo Lopes reconheceu que os “argumentos” de Leiria “eram muito fortes” e a sua candidatura “conseguiu demonstrar que tem um ecossistema musical único, que tem de ser mais conhecido, divulgado e partilhado”.
O autarca apontou ainda as “imensas escolas de música com qualidade” e os “eventos diversificados, desde o tradicional ao contemporâneo”, que foram “mais-valias”.
“Esta não é só uma vitória de Leiria, mas da região e até de Portugal. Estamos no pelotão da frente das cidades mais criativas na área da música”, concluiu.
"Leiria tem agora '1% de esperança' de ser Capital Criativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura", disse, sublinhando que esta "é uma cidade que se oferece em forma de música", com uma "dinâmica cultural incrível" que resulta de um "ecossistema criativo e muito talento individual", precisou Celeste Afonso na altura.
Nesta parte, a UNESCO parece ter-lhe dado ouvidos e aprovou o estatuto da cidade do Lis.
Outras cidades que passaram a estar integradas nesta rede são Belo Horizonte e Fortaleza, no Brasil, ambas como cidades literárias, assim como Lliria, em Espanha, e Angoulême, em França, na área da música, e Hanoi, no Vietname, no design.A rede conta agora com 246 cidades em todo o Mundo e com um total de sete cidades em Portugal.
Braga, Amarante, Barcelos, Idanha-a-Nova e Óbidos já faziam parte deste projeto da UNESCO que quer estimular as cidades a colocar a cultura na sua estratégia de desenvolvimento, e a partilhar entre si as melhores práticas das diferentes vertentes culturais.
Há uma semana, as cidades portuguesas pertencentes a esta rede assinaram um protocolo para desenvolver "actividades conjuntas, programação partilhada".Estas cidades, segundo os seus autarcas, querem mesmo promover um "grande evento" ligado à criatividade e incentivar novas candidaturas àquela distinção.