Abertura
Artista do mundo, cidadão de Leiria
Fotografia, música, teatro. Mircea veio da Roménia, Rairton chegou do Brasil e Laura é natural de Cuba. Nos milhares de nomes que preenchem as colunas da imigração, também há criadores e professores de artes
Chegou na pandemia, em pleno Inverno. As portas começaram a abrir-se depois de um desconhecido o ouvir no Parque do Avião. Com a conversa, surgiram contactos e, com os contactos, a oportunidade para o primeiro concerto em Portugal, que lhe deu “esperança” quando já ponderava “voltar para o Brasil”.
Rairton Lima é natural de Fortaleza, no Ceará. No calor do Nordeste se fez músico para “conhecer amigos e viajar”. Com o tempo, tornou-se íntimo do bossa nova, do samba, do choro e do forró. Aprendeu guitarra e especializou-se no bandolim. E, há dois anos, a jornada trouxe-o até à Europa.
Nos milhares de nomes que preenchem as colunas da imigração em Portugal – só do Brasil, um acréscimo de 35 mil pessoas em situação legal, em 2022, segundo o SEF – encontram-se também artistas e professores de artes. Rairton Lima, em Leiria desde 2021, dá aulas em várias escolas (Leiria, Batalha e Marinha Grande) e tem colaborado com a associação Sílabas Ritmadas – criada e coordenada por Cláudia Jerónimo – em projectos com a população sénior e com crianças que decorrem no Museu de Leiria e no BAG – Banco das Artes Galeria, no âmbito do serviço educativo. Toca com um grupo de cavaquinhos e costuma acompanhar outros músicos em bares, concertos e eventos, entre eles, Soraia Morais (concorrente do The Voice Portugal na edição de 2022) e, mais recentemente, João Damasceno.
“A música que vive no mundo, não é diferente da nossa, na verdade, é uma outra forma de entender”, diz ao JORNAL DE LEIRIA o nordestino de 36 anos. Cresceu no interior do Ceará – “um centro cultural muito forte” – e acabou por conhecer Giselle numa roda de músicos. Vieram juntos para Leiria e durante um ano moraram com os cunhados, ambos estudantes de mestrado. Actualmente, residem em São Jorge, no concelho de Porto de Mós.
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