Sociedade
Bibliomalas leva leitura e afectos a idosos de Porto de Mós
Projecto de promoção da leitura e do envelhecimento activo junta os lares de idosos e centros de dia do concelho e a Biblioteca Municipal.
Enquanto a saúde o permitiu, Emília Fonseca, de 97 anos, percorria a pé o caminho entre a sua casa, na Corredoura, e a Biblioteca Municipal de Porto de Mós, para ir levantar e entregar livros.
Com a entrada recente no lar da Misericórdia, são os livros que vão até ela, através do Bibliomalas, um projecto de promoção da leitura e do envelhecimento activo que junta os lares de idosos e centros de dia do concelho e a Biblioteca Municipal.
“Antes era eu que ia até ela. Agora, é ela que vem até a mim”, constatou Emília Fonseca, com um sorriso no rosto, numa recente visita da Bibliomalas ao lar da Misericórdia de Porto de Mós, onde reencontrou Rosário Caetana, técnica afecta ao projecto que conhecia do tempo em que era uma da “uma das utilizadoras mais assíduas” da biblioteca. “Pedia sempre um pequenino e levezinho. Como gosto de ler deitada na cama, um pesado não dá muito jeito”, recorda a idosa.
Dentro de um mês, a mala voltará com novos livros e revistas, seleccionadas “de acordo com as indicações” dadas pela instituição, em consonância com os utentes. Segundo Quirina Ribeiro, educadora social da Misericórdia, no topo das preferências estão “revistas de crochet e de bordados e livros sobre tradição oral, como lengalengas, e histórias mais simples e com imagens”. Há também quem aprecie as publicações sobre culinária, para “recordar outros tempos e as receitas que faziam em casa”.
Margarida Vieira, directora da Biblioteca Municipal, explica que o Bibliomalas “surgiu da vontade de abranger a população idosa com os serviços da instituição, incentivando o prazer e o gosto de ler, contribuindo, deste modo, para o envelhecimento activo”.
Cada mala transporta um conjunto de documentos, desde livros, filmes, revistas, cds, que são distribuídos uma vez por mês nos lares e centros de dia do concelho.
“É uma experiência de partilha de leitura e de afecto, que funciona também como uma ligação das instituições e dos seus utentes ao mundo exterior”, acrescenta Eduardo Amaral, vereador da Cultura.