Sociedade
Câmara de Leiria desafia deputada do PSD a interceder junto do Governo pela EPL
Comunidade da Escola Profissional de Leiria lança petição para evitar venda
O corte de 15% do Estado no financiamento à Escola Profissional de Leiria (EPL) abriu uma guerra entre o PS e o PSD locais. As acusações ao Governo social-democrata e à falta de transparência da Câmara de Leiria socialista voltaram a estar presentes na última reunião de executivo, assim como na Assembleia Municipal.
A vereadora da Educação, Anabela Graça, e o presidente da autarquia, Gonçalo Lopes, insistiram na ausência de respostas do Governo para evitar a venda da EPL. Para travar no imediato a hasta pública, prevista para avançar em Fevereiro, o líder do município socialista desafiou Sofia Carreira, vereadora e deputada eleita pelo PSD na Assembleia na República, a usar “todos os argumentos e a sua capacidade de influência, que é muita,” para “interceder pela escola”.
“Ficaremos gratos por o conseguir, sobretudo, os leirienses. Terá o reconhecimento de ser um feito da sua parte e estou disponível para a acompanhar, se achar necessário, aos diferentes gabinetes dos ministros, já que os nossos contactos foram infrutíferos”, disse Gonçalo Lopes, na última reunião de câmara.
Reafirmando que a venda da EPL é “uma solução de último recurso”, o autarca considerou o corte “fatal para o futuro da EPL”, realçando, contudo, que mesmo que o alvará da escola seja vendido, a mesma manter-se-á em Leiria e a Câmara terá a sua ligação através da Fundação que actualmente a detém.
Sofia Carreira lamentou que o executivo camarário só tenha informado os vereadores da oposição, quando “o processo de venda já está praticamente concluído, sem que seja possível um volte-face” e prometeu que continuará a “tentar junto do Governo encontrar um caminho”.
Já Luís Paulo Fernandes, vereador do Chega e também deputado da nação, garantiu que continuará “atento para que o assunto não fique por aqui” e questionou por que razão as empresas que integram a EPL não podem disponibilizar 250 mil euros, para “segurar mais uns meses” a situação e encontrar-se uma solução.
Petição pública
Entretanto, os docentes e não docentes da EPL lançaram uma petição pública Pelo futuro da Escola Profissional de Leiria (https:// participacao.parlamento.pt/initiatives/ 5615) alertando para a “profunda injustiça” provocada pelo corte de 15%, “esperando reunir assinaturas suficientes para que as suas preocupações em relação ao futuro da instituição sejam debatidas em sessão plenária”.
“O corte orçamental verifica-se desde Setembro de 2023. A escola, cuja subsistência dependia de 85% do Fundo Social Europeu e de 15% do Orçamento do Estado, viu a verba referente a esta última percentagem ser-lhe retirada sem aviso prévio. A situação só foi do conhecimento dos órgãos diretivos da escola em Fevereiro de 2025, com o reembolso intermédio de Dezembro de 2024, após o adiantamento total da verba do ano lectivo anterior, por parte do Ministério da Educação ter ocultado o problema”, lê-se ainda na petição.